Transplantes estão em "rampa ascendente". Depois da quebra acentuada, o regresso à normalidade
A transplantação e a colheita de órgãos estavam a subir em Portugal nos primeiros meses do ano, mas em março e abril registou-se uma redução na ordem dos 50%, devido à pandemia.
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As colheitas de órgãos e os transplantes estão a ser retomados, depois de uma quebra acentuada em março e abril. No início do ano, registou-se um aumento da transplantação em Portugal, mas devido à pandemia, houve uma quebra na ordem dos 50%.
Por agora, a situação está "em rampa ascendente", de acordo com a coordenadora nacional da transplantação.
À TSF, Margarida Ivo da Silva afirma que o número de órgãos colhidos tem sido mais aproveitado, uma vez que "é transplantado muito mais daquilo que colhemos e aproveitamos melhor os nossos recursos, o que é muito bom".
Apesar das colheitas e transplantes ainda não terem chegado aos valores referentes ao período homólogo de 2019, a coordenadora nacional da transplantação considera que já há uma retoma considerável.
"Por exemplo, em setembro de 2019, colhemos 26 órgãos em dador falecido e este ano colhemos 22, são menos quatro. Significa que estamos, de facto, a aproximar-nos dos valores do ano passado", explica.
Também em setembro, registou-se a colheita de 74 órgãos e a transplantação de 59. No mesmo período homólogo de 2019, foram colhidos 77 órgãos e transplantados 71, de acordo com dados do Instituto Português do Sangue e Transplantação.
Margarida Ivo da Silva lembra a importância da doação de células e órgãos em vida, sobretudo no caso da medula e do rim, fazendo um apelo à doação.
"Há um programa que está ativo nas unidades de transplante que permite a amigos e parentes que queiram oferecer um rim a um familiar e um amigo que precise muito o possam fazer, e isto permite aumentar a esperança de vida, até porque estes órgãos são de melhor qualidade do que os órgãos de dador falecido", afirma.