A Associação de Moradores alega que a ação aconteceu sem aviso prévio e sem que antes fossem encontradas soluções para as famílias por parte da Câmara Municipal.
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Três famílias foram despejadas no bairro da Quinta da Lage na Amadora esta manhã. A ação provocou a indignação da Associação de Moradores, que disse que tudo aconteceu sem que houvesse um aviso prévio e sem que antes fosse encontrada uma solução para as famílias por parte da autarquia.
Uma fonte da autarquia confirmou à TSF que começou esta manhã a demolição de seis habitações, mas frisou que existia um acordo com os proprietários, já indemnizados. As casas já se encontravam vazias, revelou a mesma fonte.
No entanto, a Associação de Moradores tem uma tese contraditória, e a vice-presidente do grupo, Andreia Cardoso, adiantou que duas das casas pertencem a famílias com menores e que a última é de uma jovem grávida.
"Chegaram aqui carrinhas com vários polícias. Entraram numa casa sem autorização do proprietário, e estão a tirar as coisas de lá de dentro. É uma casa onde vive uma pessoa com um menor de nove anos", salientou Andreia Cardoso, entrevista pela TSF.
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Mas essa não é a única habitação em que o despejo se torna delicado: "Além dessa casa, há mais duas, uma de uma rapariga grávida, que até estava no hospital a fazer a última ecografia, e outra, de uma pessoa que tem uma menina de seis meses."
"Já estávamos sobre aviso quanto a esta ameaça da força policial para obrigar as pessoas a sair de casa", admitiu a vice-presidente da Associação de Moradores.
A Associação de Moradores considera que a indemnização oferecida pela autarquia apresenta quantias insuficientes. "O valor monetário oferecido pela câmara não é suficiente para uma habitação, porque ronda os 20.000 euros para um T0 e os 43.000 para um T6", denotou a dirigente da associação.
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"Há pessoas que vivem aqui há mais de 60 anos e que construíram as suas casas", analisou ainda Andreia Cardoso.
A Associação de Moradores lamenta, por isso, a atitude das autoridades e da Câmara Municipal.
A autarquia adiantou à TSF que "a Câmara Municipal da Amadora não pode aceitar e perpetuar a precariedade habitacional existente neste bairro", e que continua empenhada "em proporcionar condições de habitabilidade condignas para todos".
A Câmara Municipal da Amadora confirmou que iniciou a demolição de seis habitações, das quais cinco famílias residentes já receberam indemnizações e querem sair do bairro. No outro caso, a família solicitou a demolição da antiga casa por ter já encontrado uma solução junto de familiares.
A autarquia identificou 321 famílias a habitar no bairro, num recenseamento concluído há dois meses.