Basta, Aliança e Livre entrariam no Parlamento. E o PAN ficaria com 6 deputados.
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Se o primeiro-ministro queria que as eleições Europeias fossem um teste ao Governo, este correu tão bem que se os resultados forem extrapolados para as eleições Legislativas, marcadas para daqui a quatro meses, o PS pode mesmo dar-se ao luxo de dispensar um dos partidos da "geringonça" para governar com maioria.
A TSF fez o exercício e extrapolou os resultados das Europeias de domingo para as Legislativas, assumindo que o número de lugares elegíveis para cada circulo eleitoral será o mesmo que em 2015 (normalmente há pequenos ajustes entre eleições).
Vale a pena, contudo, sublinhar que as Europeias têm, naturalmente, características diferentes das Legislativas (a abstenção será muito menor e elegem-se cargos diferentes).
O exercício teórico, com um tão grande número de eleitores como aqueles que votaram nas últimas Europeias, dá-nos, no entanto, algumas indicações para as Legislativas que se aproximam.
PS pode ganhar vinte deputados
Se as Europeias fossem Legislativas, o PS passaria de 86 para 106 deputados, a dez da maioria absoluta no parlamento.
Apesar da percentagem de votos ser agora, nas Europeias, pouco superior à que os socialistas conseguiram nas Legislativas de 2015, as perdas da direita e a divisão de votos entre PSD e CDS (que concorreram coligados em 2015) favorece o PS na contagem dos deputados eleitos através do chamado Método de Hondt (que transforma os votos em mandatos).
Além de ganhar deputados o PS poderia escolher entre dispensar o BE ou a CDU para continuar a governar com maioria no Parlamento - uma espécie de "meia-geringonça".
Ainda à esquerda, o BE pode ganhar 4 deputados ficando com 23 e a CDU perder 2 passando a ter 15.
Aliança, Livre e Basta no Parlamento
Se à direita o PSD perderia mais de vinte deputados e o CDS ficaria com metade do grupo parlamentar que tem hoje, uma das grandes novidades deste parlamento baseado nas eleições Europeias seria o PAN que passaria de apenas um deputado para seis eleitos nos distritos de Lisboa, Porto e Setúbal.
Finalmente, a Assembleia da República passaria a ter dez em vez de sete grupos parlamentares: Aliança, Livre e Basta (que deverá chegar às Legislativas como Chega) elegeriam, cada, um deputado, todos pelo distrito de Lisboa (o maior do país e onde os partidos mais pequenos têm mais facilidade em eleger representantes para a Assembleia da República).