O Tribunal de Lousada profere, esta quarta-feira, o acórdão do julgamento do homem acusado do rapto de Rui Pedro, a criança de Lousada desaparecida desde 1998.
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No banco dos réus está sentado Afonso Dias, acusado do crime de rapto qualificado, que poderá cumprir uma pena máxima de dez anos e oito meses. O Ministério Público pediu uma pena superior a seis anos.
A mãe de Rui Pedro foi a primeira a depor. Emocionada, recordou a última vez que viu o filho, que desapareceu na tarde de 4 de março de 1998, quanto tinha onze anos. Seguiu-se o depoimento do pai, Manuel Mendonça. À porta do tribunal havia um enorme aparato de populares, polícias e jornalistas.
O caso mais mediático de desaparecimento de uma criança, em Portugal, chegava finalmente a tribunal em novembro do ano passado, no Tribunal de Lousada.
Duas semanas depois, o alvoroço regressou. Era a vez de a prostituta a quem, alegadamente, o arguido levou Rui Pedro. Considerada testemunha chave do processo, Alcina Dias olhou para o arguido e confirmou que foi ele que naquela tarde a procurou com uma criança.
Alcina Dias reafirmou tudo no dia em que foram reconstituídos os factos. Advogados, procuradora e juíza percorreram os locais onde Rui Pedro esteve no dia em que desapareceu.
As testemunhas mantiveram todas as versões dos depoimentos e Afonso Dias assistiu a tudo em silêncio, nunca tendo falado ao longo do julgamento.
A leitura da sentença está marcada para esta quarta-feira, às 14:30 horas, mas pode ser adiada, se a juíza aceitar o requerimento apresentado pelo advogado dos pais de Rui Pedro, que pede uma alteração dos fatos no processo. O arguido tem dez dias para se defender.