Troca de favores? PSD "será intransigente com qualquer falha ética ou qualquer falha de legalidade"
Hugo Soares diz que é preciso esperar pela conclusão da investigação para retirar eventuais "consequências políticas".
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O secretário-geral do PSD Hugo Soares garante que o partido "é, e será, absolutamente intransigente da defesa da decência ética, da legalidade e da normalidade democrática", no caso da alegada troca de favores entre o PS e o PSD em Lisboa, que classificou como uma revelação "grave".
"Esta investigação deve concluir-se rapidamente", apelou Hugo Soares esta quarta-feira em declarações aos jornalistas no Parlamento, em reação a uma reportagem emitida esta terça-feira pela TVI que expôs uma alegada troca de favores entre PS e PSD na preparação de listas para eleições autárquicas de 2017.
A peça fala em "acordos políticos entre Sérgio Azevedo (PSD), Duarte Cordeiro e Fernando Medina (PS) para a colocação de pessoas em lugares onde receberiam para avenças e posições estratégicas", de forma a garantir a manutenção de certas freguesias lisboetas, detalhados por uma investigadora da PJ num relatório da designada operação Tutti Frutti.
"É necessário confirmar-se alguns factos para que sejam retiradas consequências políticas", defende Hugo Soares, assegurando que "o PSD "será intransigente com qualquer falha ética ou qualquer falha de legalidade".
O secretário-geral do PSD ressalva que não é possível, com base na reportagem da TVI, saber de que forma estão as pessoas envolvidas no caso, aos olhos da justiça.
"Ouvimos várias alusões a um ex-dirigente do PSD. Nós não sabemos hoje que condutas o Ministério Público imputa a qualquer uma destas pessoas, se a pessoa A ou B é ou não arguida e quais são, de facto, as imputações", nota.
"Vamos aguardar com muita serenidade", ainda que "com preocupação", a conclusão da investigação da operação Tutti Frutti, que já dura há mais de seis anos, reitera. "Aguardamos a confirmação dos factos."
Pressionado pelos jornalistas para comentar o caso e adiantar o que partido tenciona fazer caso se confirmem as suspeitas, Hugo Soares repete que é preciso esperar pela conclusão da investigação. "Nós não somos os comentadores políticos, nós somos atores políticos e agiremos em conformidade", responde.