Em dia de greve da função pública, a TSF tem vários repórteres na "rua" a constatar os efeitos da paralisação. Às 9 horas estivemos em Lisboa, Porto, Braga, Viseu, Coimbra e Faro a verificar o setor da educação e as repartições de finanças.
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9 horas
«Estão fartos. Querem mudar». As palavras são de Ana Avoila, à porta da escola Marquesa Alorna, que está fechada. A dirigente da Frente Comum dos Sindicatos da Função Pública justificou assim, em direto na TSF, a elevada adesão que diz estar a ter esta greve. José Milheiro, da TSF, ouviu ainda Ana Avoila a dizer que «o balanço é muito positivo. Os trabalhadores compreenderam os motivos da greve».
Em Vila Nova de Gaia, a repartição de finanças 2 está aberta, o mesmo não acontece na repartição 3. As duas principais escolas secundárias, no centro da cidade, estão abertas, conforme o repórter Artur Carvalho. No Porto, o conservatório está encerrado.
Em Braga, a jornalista Liliana Costa verificou que a repartição de finanças, no centro da cidade está fechada. A escola D. Maria II está aberta e a funcionar normalmente, no enanto existem falhas ao nível dos transportes públicos.
Em Faro, das cinco escolas por onde passou a repórter Maria Augusta Casaca, só uma estava aberta. Nas restantes ou faltam funcionários ou faltam professores para assegurar um dia normal de ensino.
Portas fechadas também na escola da Quinta das Flores em Coimbra. Miguel Midões, da TSF, diz que estão sem aulas 1.200 alunos. Só apareceu um funcionário.
Em Bragança, tudo normal na escola Emídio Garcia. O mesmo não disse o repórter Afonso de Sousa sobre a adesão à greve no setor da saúde. O maior centro de saúde da cidade está fechado e no hospital, as consultas externas não têm funcionários administrativos.
Finalmente, em Viseu, a repartição de finanças está fechada. O jornalista Amadeu Araújo verificou no local que dezenas de pessoas ficaram apeadas á porta deste serviço.
8 horas
O Hospital de Santa Maria em Lisboa está a registar uma forte adesão. O repórter José Milheiro constatou que só foram cumpridos os serviços mínimos. A sindicalista Margarida Mendes garantiu, ainda, assim que os cuidados necessários para não colocar vidas em risco estão a ser assegurados.
A Escola Fontes Pereira de Melo, no Porto está encerrada. O mesmo acontece com a Clara de Resende, mesmo ao lado. O repórter Artur Carvalho falou com a sindicalista Lurdes Ribeiro que confirmou uma forte adesão à greve no setor da educação no distrito do Porto.
Em Viseu, a escola Grão Vasco está vazia. Os cerca de mil alunos não vão ter aulas já que não existem as condições mínimas para abrir os portões, conforme consta num comunicado coloca na porta desta escola, como nos deu conta Amadeu Araújo.
O Centro Hospitalar de Coimbra também reflete uma elevada adesão. O ambiente, referiu o jornalista Miguel Midões, era tranquilo às 8 horas, sobretudo no setor das consultas externas.
O mesmo acontece em Faro. A repórter Maria Augusta Casaca diz que as Urgências estão praticamente vazias. Nas consultas externas, dos 4 balcões existentes apenas um está aberto esta manhã.
Mais a norte, em Bragança o repórter Afonso de Sousa verificou um cenário que deixa antecipar um dia com muitos constrangimentos. A paralisação está a mobilizar vários profissionais, em especial nas consultas externas.
7 horas
As oficinas da Câmara Municipal de Lisboa estão, aparentemente, a funcionar normalmente. O repórter da TSF, José Milheiro, esteve no local onde constatou que os carros do lixo, do turno da manhã, estão todos ao serviço. Durante a noite, a greve terá tido uma adesão a rondar os 12 por cento. Alguns dos trabalhadores, sem querer gravar declarações, disseram que já «são muitas as greves», justificando assim o facto de estarem a trabalhar.
No Porto, no Hospital de Santo António, o repórter Artur Carvalho falou com o sindicalista Álvaro Agostinho, do Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Norte, que referiu que, no setor da saúde, a adesão situa-se entre os 60 e os 90 por cento.
As primeiras horas desta sexta-feira em Viseu não registaram grandes efeitos da greve. A recolha do lixo terá sido feita de forma regular, não havendo sinais "espalhados" nas ruas da cidade. O repórter Amadeu Araújo notou, apenas, que às 7 horas, e ao contrário do habitual, o centro de Viseu tinha mais lugares de estacionamento disponíveis.