Depois de Jerónimo de Sousa ter acusado Costa de "enfeitar-se" com medidas da CDU, Catarina Martins também quis puxar a brasa à sardinha do Bloco.
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A coordenadora bloquista, Catarina Martins, defendeu esta terça-feira que tudo o que a "solução política mudou no país tem a marca do BE", garantindo que, caso não regresse uma maioria absoluta, o partido está disponível para retomar o debate.
No comício desta noite em Torres Novas, distrito de Santarém, Catarina Martins focou grande parte do seu discurso no Serviço Nacional da Saúde e na escolha que é feita no dia das eleições legislativas sobre esta "pérola da democracia", mas na ponta final assumiu o "orgulho e alegria" do BE pelo sucesso que foram estes quatro anos de solução política.
"Tudo o que esta solução política mudou no país tem a marca do Bloco de Esquerda e orgulhamo-nos disso. Nada se teria feito sem a participação do Bloco e o voto de cada um e de cada uma das suas deputadas", sublinhou.
Sobre o futuro depois das eleições, a líder bloquista deixou apenas uma garantia.
"A partir do dia 6 de outubro, se não regressarmos ao tempo das maiorias absolutas, cá estaremos, retomando o nosso debate, para salvar o Serviço Nacional de Saúde, para combater a precariedade, para melhorar salários, para puxar pelas pensões, para responder à emergência climática", prometeu.
Tal como foi em 2015, comparou Catarina Martins, "em 2019 o Bloco de Esquerda é a garantia de uma política de estabilidade em nome da vida das pessoas, em nome das condições concretas de quem vive neste país".
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"A toda esta gente que sabe que o Serviço Nacional é central na sua vida, escolhe também no dia 6 de outubro se quer um Serviço Nacional de Saúde de mínimos ou se quer um Serviço Nacional de Saúde com o investimento para responder a toda a gente, em todo o território e garantir os cuidados de saúde e a promoção da saúde de que este país precisa", avisou.
"Gostámos da geringonça, é um trabalho para continuar"
O fundador do BE Fernando Rosas assumiu na segunda-feira que os bloquistas gostaram da geringonça, pedindo, em nome da possibilidade de continuar esta experiência, que o eleitorado "impeça a repetição de qualquer maioria absoluta" nestas legislativas.
Fernando Rosas foi o primeiro a discursar no comício desta noite em Torres Novas, distrito de Santarém, e trazia no guião aquelas que considera ser "as quatro coisas novas" desta campanha.
Na explicação da segunda novidade desta campanha eleitoral - o facto de, para o eleitorado, ter emergido à esquerda do PS uma esquerda "capaz de cumprir com responsabilidade os compromissos de devolver às pessoas uma parte dos seus direitos" - Rosas fez uma declaração.
"Gostámos da geringonça e ela foi um começo de justiça social para quem trabalha. Para nos é um passado respeitável, é um trabalho a continuar, é um caminho a prosseguir", enalteceu.
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Foi precisamente em nome desta experiência que, já quarta e última novidade desta corrida eleitoral, o fundador do BE voltou a jogo com as maiorias absolutas e os avisos para o que considera serem os seus perigos.
"Pedimos, nestas eleições, ao eleitorado, duas coisas. Primeira que, pelo seu voto, impeça a repetição de qualquer maioria absoluta; segunda que reforce a esquerda à esquerda do PS, e antes de mais a esquerda que fez drasticamente a diferença que é o BE, para podermos, como diz a cantiga, navegar", apelou.
Para Fernando Rosas, é possível dizer "sem abusar e sem exagero que da experiência própria que temos nas privatizações, nas nomeações dos lugares públicos, na gestão do interesse público, a maioria absoluta foi sempre o arbítrio absoluto, o abuso absoluto, o compadrio absoluto, o nepotismo absoluto, a corrupção absoluta".
O BE, segundo um dos seus fundadores, "não reivindica a paternidade "de tudo e de mais alguma coisa".
"Não temos que espetar bandeirinhas a dizer 'isto é nosso, isto é nosso, isto é nosso'. Não. O povo sabe. O eleitor sabe", disse.
O facto de os partidos de direita entrarem e saírem derrotados desta campanha - "a justiça democrática do povo português", defendeu - foi a primeira novidade apontada pelo bloquista.
Rosas apontou ainda "o papel essencial" do BE e dos partidos à esquerda "para romper as hesitações do PS.