Tutela abre linha de crédito de 20 milhões para cobrir prejuízos do temporal na agricultura
O ministério anunciou também apoio específico para tratamentos a pomares e vinhas.
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O Ministério da Agricultura vai abrir uma linha de crédito bonificada no valor de 20 milhões de euros para cobrir os prejuízos provocados pelo temporal de maio. Chuva, granizo e ventania arrasaram várias explorações agrícolas, principalmente nas regiões Norte e Centro, afetando as culturas de primavera/ verão deste ano, como pomares, olival, vinha e hortas.
Em comunicado enviado às redações, o ministério anunciou também apoio específico para tratamentos a pomares e vinhas "para o rápido restabelecimento da capacidade produtiva, mediante protocolos a celebrar com os municípios que se manifestaram interessados".
A tutela está ainda a estudar o apoio na instalação de redes antigranizo e outros equipamentos de prevenção que possam prevenir o impacto de catástrofes naturais e fenómenos climáticos adversos.
Há ainda "a possibilidade da cobertura de pomares com painéis fotovoltaicos que permitem, não só minimizar prejuízos provocados pela queda de granizo ou gelo, como produzir energia e assim aumentar a rentabilidade dos produtores".
A Associação de Agricultores da Cova da Beira, pela voz de Aníbal Cabral, considera este anúncio uma boa notícia e espera que se trate de uma linha de crédito de fácil acesso: "Em princípio, estas medidas, mesmo bonificadas, são sempre uma boa ajuda, apesar de associação de agricultores defender sempre um apoio a fundo perdido."
Aníbal Cabral explica que um apoio a fundo perdido "seria a melhor solução, porque muitos agricultores já estão endividados e não vão querer ficar mais endividados ainda" e acrescenta: "a situação é difícil e se lhes cobram juros altos, mesmo bonificados, os agricultores vão ter resistência a um maior endividamento"
Sobre a instalação de redes antigranizo, Aníbal Cabral confessa que não sabe a que tipo de equipamentos se refere a tutela, mas sublinha que os mesmos "não são baratos".
"Estamos a falar de pomares com alguma extensão e isto para as capacidades financeiras dos agricultores não vai ser fácil arranjar. Depende do nível de financiamento, mas será sempre mais um encargo para os agricultores", remata.