Uber e Bolt dizem que estão a funcionar sem constrangimentos em dia de protesto de motoristas TVDE
A Bolt salientou "respeita o direito à demonstração que está a tomar lugar hoje", mas revelou que até ao final da manhã não tinha gerado "um impacto significativo na operação".
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As duas plataformas de transporte individual de passageiros em veículos descaracterizados (TVDE) a operar em Portugal, Uber e Bolt, revelaram que o protesto de motoristas e operadores do setor que decorre esta sexta-feira não está a ter um impacto significativo.
Numa resposta escrita enviada à Lusa, a Bolt salientou "respeita o direito à demonstração que está a tomar lugar hoje", mas revelou que até ao final da manhã não tinha gerado "um impacto significativo na operação".
"Estamos naturalmente a acompanhar o desenvolvimento da mesma, que até ao momento ainda não gerou um impacto significativo na nossa operação. Conforme reiterado pela APAD [Associação Nacional Movimento TVDE], estamos disponíveis para ouvir e dialogar com os motoristas e gestores de frotas parceiros para continuar a apostar no desenvolvimento sustentável do setor", referiu a plataforma na nota.
Fonte da Uber adiantou também à Lusa que até ao início da tarde "a plataforma não está a sentir impacto" do protesto na operação.
"Ao abrir a aplicação para fazer o pedido de um veículo tudo está a funcionar como habitualmente, os tempos de espera para a chegada de um motorista são os normais", disse a fonte, acrescentando que a plataforma "respeita o protesto de cada um" e não está a fazer nada para o colocar em causa.
Os parceiros e motorista de TVDE estão esta sexta-feira em protesto em várias cidades do país, reclamando melhores condições de trabalho.
Entre os motivos para a paragem, que na cidade de Lisboa se prevê que seja de 24 horas, com os veículos parados na Avenida da Liberdade, estão os valores das viagens que, neste momento, parceiros e motoristas consideram estar "no limiar da rentabilidade das empresas", pedindo os manifestantes o pagamento do quilómetro, no mínimo, de 0,70 cêntimos.
Outra questão prende-se com a pretensão do pagamento de 50% do quilómetro da viagem até à recolha do cliente, além de uma redução de 25 para 15% do valor de comissão da plataforma.
Os parceiros (empresas que operacionalizam o serviço centralizado nas plataformas eletrónicas) e motoristas defendem também a revisão da lei 45/2018, lembrando terem já pedido reuniões com os partidos com assento parlamentar para apresentar as suas propostas de alteração.
O número de certificados de motoristas TVDE registados em Portugal é de 77.441, segundo os dados mais recentes do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), de 06 de março.
A revisão da lei que regula o TVDE, prevista para 2022, ainda não avançou, cinco anos após a sua entrada em vigor, em 01 de novembro de 2018.
Em 2023, o Governo PS liderado por António Costa adiou a revisão da lei que rege a atividade do setor, prevendo que estivesse concluída este ano, depois de conhecida a diretiva da União Europeia sobre o TVDE.