Carlos Silva critica o Governo por fazer declarações soltas, em vez de apresentar contrapropostas. UGT insiste em salário mínimo de 670 euros e rejeita negociar fora da concertação social.
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A União Geral de Trabalhadores (UGT) sublinha que a sede própria para discutir o valor do salário mínimo é a Concertação Social. O secretário-geral da união sindical mantém firme a ideia de 670 euros como valor mínimo em 2021 e rejeita negociações na praça pública.
"A UGT não vê razão nenhuma, independentemente do que possam dizer vários membros do Governo, para, fora do ambiente da concertação social, alterar a sua posição", declarou Carlos Silva.
"Não nos foi apresentada nenhuma contraproposta. Aquilo que se diz em determinados momentos e em determinadas ocasiões não é sério, porque não é uma proposta", disse o sindicalista, reagindo a declarações paralelas feitas pelo Executivo, fora do encontro da Concertação Social, que teve lugar na última quarta-feira.
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Esta sexta-feira, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, lembrou que o Governo se disponibilizou para um aumento do salário mínimo em torno da média dos aumentos dos últimos anos, mas abaixo do aumento do último ano (35 euros).
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A UGT insiste, por isso, na aprovação do aumento do salário mínimo em mais 35 euros já no próximo ano.
"Achamos que [670 euros] é um valor moderado. O nosso valor é o que está em cima da mesa", reforça Carlos Silva. "Nós não alteramos o posicionamento da UGT: apelar ao bom senso de todos para atingir os 670 euros em 2021."
Desde que o primeiro Governo de António Costa foi empossado, em 2015, o salário mínimo aumentou de 505 euros para os 635 que atinge atualmente. Nos últimos cinco anos, houve um crescimento médio anual de 26 euros.