
Paulo Novais/ Lusa
Na abertura do congresso da UGT, no Coliseu do Porto, o secretário-geral, Carlos Silva, pediu ao Governo que seja mais célere a reverter os tempos de crise.
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"Não será certamente tudo revertido num dia, num mês ou até num ano. Esse esforço já teve início e foi aplicado pelo Governo atual, mas ainda não chega. O Governo tem de ter mais ambição e ser mais célere, para que os portugueses acreditem que é possível virar definitivamente a página da austeridade e da enorme carga fiscal que pesa sobre as empresas e as famílias", afirmou Carlos Silva, no discurso de abertura do congresso.
Em concreto, Carlos Silva reclama o regresso das progressões de carreira na Função Pública, um dos setores - disse o sindicalista - mais maltratados durante a crise. "Sofreram e foram humilhados, como se fossem os culpados", assinalou, pedindo que seja aplicado o que foi assinado no acordo de concertação social este ano: "desbloquear a negociação coletiva na administração pública, valorizar os seus trabalhadores, desbloquear carreiras, progressões e salários. É um imperativo ético e da mais elementar justiça".
Em resposta ao secretário-geral da UGT, e ouvido pelos jornalistas à saída da sessão de abertura do congresso, o ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, José Vieira da Silva, lembrou que já foram recuperados cortes salariais e que em 2018 serão dados mais "passos significativos".
"Em 2017, a atenção estará focada no combate às relações de precariedade dos trabalhadores que servem o Estado e em 2018 daremos particular atenção à reposição de uma dinâmica de normalidade no funcionamento das instituições públicas", afirmou Vieira da Silva, sem, no entanto, revelar que medidas serão tomadas.
De resto, o ministro realçou que a agenda do Governo é "ambiciosa mas também de prudência".
Com a presença, pela primeira vez, de um chefe de Estado num Congresso da UGT, que este ano regressou ao palco da primeira reunião magna, em 1979, no Coliseu do Porto, Carlos Silva elogiou Marcelo Rebelo de Sousa pelo combate à crispação política e pela "magistratura de influência" que tem exercido na concertação social.