Um ano depois, obter estatuto de Cuidador Informal é um processo "extremamente burocrático"
Vice-presidente da Associação Nacional de Cuidadores Informais critica as dificuldades encontradas no processe e lamenta a pouca informação disponibilizada.
Corpo do artigo
Um ano depois da aprovação na Assembleia da República, o Estatuto do Cuidador Informal ainda não chegou a muitas das famílias que dele precisam. Os dados oficiais apontam para a entrada de pouco mais de 1300 medidas até ao final do mês de agosto, sendo que só 200 foram aprovados.
Em declarações à TSF, a vice-presidente da Associação Nacional de Cuidadores Informais, Maria dos Anjos Catapirra, lamenta que o número de pedidos que deram entrada seja tão baixo.
"O que me custa muito perceber é que só há 1300 cuidadores informais que pediram o seu reconhecimento", reconhece, acrescentando que o processo está "extremamente burocrático".
TSF\audio\2020\09\noticias\06\maria_anjos_catapirra_1_1300_e_pouco_11h
Maria dos Anjos Catapirra conta que recebe chamadas na associação e a grande maioria das pessoas tem "imensas dúvidas sobre os documentos que tem de apresentar" e critica o esclarecimento "péssimo" prestado por alguns balcões da Segurança Social.
"É dificílimo para algumas pessoas que não percebem sequer o que é o regime do maior acompanhado obter o consentimento da pessoa cuidada, pelo que desistem", lamenta. A falta de informação também faz com que as pessoas "não saibam que podem pedir [o estatuto] ou onde dirigir-se".
TSF\audio\2020\09\noticias\06\maria_anjos_catapirra_2_ajuda_autarq_11h
A vice-presidente da associação nacional dirige, por estas razões, um pedido particular às autarquias: o de que acompanhem de forma mais próxima os cuidadores informais.
"A associação acha que deveria haver uma proximidade maior das autarquias juntos destas pessoas, com a possibilidade de um gabinete de apoio no município ou junta de freguesia, com uma assistente social que desse o mínimo de explicações sobre o que é o processo e como pode ser entregue", exemplifica.
O processo pode ser feito "na Segurança Social Direta", algo que Maria dos Anjos Catapirra diz que a maior parte das pessoas não sabe, fazendo com que os possíveis candidatos não saibam que, mesmo "sem poder sair de casa para tratar dos papéis", podem tratar do processo.