Com o objetivo de “dar visibilidade a um problema de todos”, a iniciativa juntou voluntários da liga, escolas e a comunidade em geral, num cordão simbólico por todos os doentes que já venceram ou estão a lidar com um cancro
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Esta terça-feira celebra-se o dia mundial do cancro e, por isso, o Núcleo Regional Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro quis assinalar o dia com um cordão humano em frente à Câmara Municipal do Porto.
Com o objetivo de “dar visibilidade a um problema de todos”, a iniciativa juntou voluntários da liga, escolas e a comunidade em geral, num cordão simbólico por todos os doentes que já venceram ou estão a lidar com um cancro.
Ana tem 33 anos e no ano passado foi diagnosticada com cancro da mama. Como profissional na área da saúde, desconfiou logo da doença que viria a ter. Ainda assim, receber o diagnóstico foi surpreendente.
"Eu já meio que já sabia, mas, ao mesmo tempo, quando veio a notícia, eu não acreditei. O diagnóstico veio de uma forma muito arrebatadora. A gente fica sem chão e perdida", confessa, em declarações à TSF.
Como técnica de radiologia, já tinha sido confrontada com esta doença que ameaça tantos milhões de pessoas. Lidava com doentes oncológicos e fazia-lhe os exames médicos, que um dia ela própria teve de vir a fazer, como são exemplos as ecografias mamárias.
Numa fase complicada da vida, a Liga Portuguesa Contra o Cancro foi um grande apoio para Ana, impedindo-a de cair numa depressão.
"A Liga Portuguesa salvou-me de uma depressão e trouxe-me não só uma rotina e um local para onde ir todos os dias, como também me ajudou a ter colegas que têm outras realidades e pessoas que já passaram pelo que eu estava a passar e outras que ainda estavam a passar o mesmo do que eu. Outras realidades que abrem muito a visão em relação à doença", explica.
Quem também faz parte da liga é Odete. Há nove anos que é voluntária, mas também ela foi confrontada com uma doença oncológica. novamente o cancro da mama, umas das mais comuns entre as mulheres. O seu papel como voluntária na associação, além de colaborar no departamento de educação na saúde, é dar apoio a mulheres com cancro da mama, no IPO do Porto.
"Somos um grupo de 40 mulheres que trabalham no IPO, na Clínica da Mama. Damos apoio a mulheres que, quando vêm das consultas médicas, vêm fragilizadas e precisam de um miminho e de um apoio psicológico. Não somos psicólogas, mas damos o primeiro apoio e, depois, quando necessitem, encaminhamos para a parte da psicologia", conta.
A voluntária acredita que a educação na saúde dos jovens ajuda a desmistificar o cancro, e por isso, neste dia juntaram-se escolas secundárias e estudantes de diversos cursos, nomeadamente o de auxiliar de saúde.
"Noto que os miúdos já questionam e já querem saber muita coisa sobre o cancro. Aproveitam e falam de familiares que já passaram pela situação. É desde pequeninos que tem de se começar a sensibilizar e passar informação, para amanhã não ser ainda como hoje, em que a palavra cancro ainda é um mito", defende.
Íris é estudante do curso de auxiliar de saúde e juntou-se ao cordão para apoiar a causa. Juntamente com outros colegas estudantes, realizou um flashmob em frente à Câmara Municipal do Porto e perante doentes e a comunidade em geral que por ali se juntou.
"Cabe-nos a nós sensibilizarmos os outros para esta causa, para a prevenção e apoiar as vítimas é algo que todas devemos fazer", sublinha.
Tal como Ana, Odete e íris, centenas de pessoas uniram as mãos num cordão por todos os doentes de cancro.
