
Joe Penney/Reuters
Em Alfeizerão, o dia é de muita expectativa na Santa Casa da Misericórdia, que hoje recebe três refugiados.
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Este "é um desafio novo" para o corpo técnico da instituição, reconhece Catarina Castelhano, assistente social que os vai receber
O grupo vem de zonas e voos diferentes. Um chega a Lisboa ao final da manhã, procedente de Itália; o outro, ao início da noite e vem da Grécia. Dos três refugiados, sabe-se muito pouco: apenas que são jovens "dos 20 aos 30 anos. Nem sequer se sabe "se eles sabem inglês", diz-nos, preocupada, Catarina Castelhano.
A assistente social sublinha que são jovens fugitivos de guerra e chegam ali para reencontrar estabilidade. Um trabalho que não é, de todo, estranho à instituição, que está, de alguma forma, habituada a lidar com este tipo de situações. A outra escala, é certo, e num enquadramento diferente, nas várias valências que a instituição tem no apoio à violência e acolhimento de emergência.
São casos em que não dá para planear a forma de recebê-los. "Primeiro, é preciso conhecer, percebê-los e entendê-los, para depois poder apoiá-los e, acima de tudo, saber como integrá-los aqui na comunidade".
Uma integração "que deverá ser feita o mais naturalmente possível". Os responsáveis da Santa Casa estão confiantes, uma vez que muitos dos que receberam apoio nas suas valências, acabaram por se fixar na região, onde existe uma "tradição em saber receber", destaca o Provedor José Luís Castro, ao lembrar "os judeus da segunda guerra", que ali se refugiaram e acabaram por se fixar e constituir família.
Repetir a história com os que hoje ali chegam é objetivo. A Santa Casa da Misericórdia de Alfeizerão mantém a disponibilidade para receber mais 10 refugiados individuais ou em família.