Quanto ao retrato nacional, o valor está um pouco acima da média europeia, mas mesmo assim Portugal fica a meio da tabela.
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Os números são de um estudo do Eurostat sobre o índice de massa corporal dos europeus que revela que apenas 46% da população dos 28 Estados-Membros tem um peso normal. 35, 7% do total da população é considerada pré-obesa e 15,9% é mesmo obesa.
Ou seja, no total, mais de metade da população da União Europeia tem peso a mais. Pedro Graça, diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, da Direção-Geral da Saúde, diz que tem havido um falhanço total das políticas europeias.
E este estudo do Eurostat é bem demonstrativo do que está a acontecer. "Obriga-nos a pensar que a obesidade é um dos senão o problema principal de saúde pública que mais nos deve preocupar em toda a Europa", adverte. E, na sua opinião, a Europa está a ter muita dificuldade em controlar este problema.
Portugal situa-se a meio da tabela, com 16,6% de população obesa, mas com números mais animadores do que outros países que também têm dieta mediterrânica, como Grécia, Espanha, Croácia ou Malta.
Na população com excesso de peso, os números são mais altos na classe etária entre os 65 e os 74 anos, seguida logo da faixa entre os 45 e os 64 anos.
Pedro Graça considera que é necessário investir na educação, mas é preciso fazer mais do que isso. "Precisamos de facilitadores das nossas escolhas alimentares". Para explicar o conceito, Pedro Graça exemplifica com a necessidade de alguém que a caminho de casa pare numa bomba de gasolina, ter ali acesso a comida saudável e não a alimentos com grandes concentrações de gordura e açucarados, como tantas vezes acontece. "É este o desafio dos sistemas de saúde", concretiza.
O responsável da Direção-Geral da Saúde salienta que no final deste ano ou no início de 2017 sairá um inquérito sobre os hábitos alimentares dos portugueses, "um estudo que não se fazia desde 1980".