Queriam dar continuidade à produção de amendoim, mas uma fábrica de aperitivos salgados e de produtos naturais, em São Miguel, recebeu, por engano, uma máquina de fazer amêndoas doces
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Um engano, nos anos 1970, obrigou os trabalhadores da Fábrica Pérola da Ilha, em São Miguel, nos Açores, a reinventarem o negócio e, por isso, a aprenderem a fazer amêndoas, doce tão tradicional desta época de Páscoa.
Em declarações à TSF, Francisco Paquete, genro dos sócios que acompanhou o crescimento desta empresa, recorda o transtorno que foi, naquela altura, receber uma máquina de amêndoas ao invés da máquina de amendoins que esperavam para assegurar a produção do negócio que estava em crescimento.
A Fábrica Pérola da Ilha não esperava ser hoje um sucesso com este doce, mas relaciona o nome da marca com a qualidade dos produtos, uma vez que "uma pérola, além de ser natural, é preciosa". "Fizemos sempre questão de ter um produto de excelência e qualidade", acrescenta.
O açúcar para a confeção da amêndoa chegou a ser extraído do cultivo local da beterraba, no entanto, essa cultura acabou por desaparecer. Atualmente, produzidas com açúcar ou chocolate, a amêndoa é a anfitriã desta época.
Francisco Paquete aponta a diversidade de amêndoas como fator de diferenciação: "A amêndoa lisa cores, a amêndoa do tipo francês e a popular, feita com amendoim e apreciada no mercado dos Açores", enumera, sublinhando que a produção é assegurada, pelo menos, uma semana antes da Páscoa.
Para este ano, a fábrica já terminou a produção e estima que se vendam quase 12 toneladas de amêndoas, sendo que uma grande parte delas já são exportadas para o continente através da Marca Açores.
