Os almoços servidos ontem, quinta-feira, e hoje nas cantinas da Universidade do Algarve vão ajudar dezenas de crianças da Zâmbia a terem melhores condições de educação.
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Um euro a mais numa refeição pode fazer a diferença entre ter ou não uma escola. A cantina começa a encher-se e no ar anda um cheirinho diferente. Enquanto mexe os tachos, uma das cozinheiras adianta: "Estamos a fazer um prato de Angola, a muamba de galinha, de Cabo Verde, a cachupa, e cafriel, o prato tradicional da Guiné-Bissau".
À volta dos fogões estão estudantes africanos, famílias e amigos que se dispuseram a cozinhar para fazer um almoço diferente.
Tudo começou com a ida de Patrícia Gomes, estudante do curso de Educação Social da Universidade do Algarve, para uma organização internacional de voluntariado em Inglaterra.
Partiu para África, para a Zâmbia e, quando lá chegou, viu que numa determinada localidade não havia escola. "Encontrámos 200 crianças que não tinham direito ao ensino. Por isso, começámos a pedir ajuda a Portugal. Com oito euros dá para comprar um saco de cimento na Zâmbia".
Só que o dinheiro começou a chegar às pinguinhas e Patrícia, de nacionalidade cabo-verdiana, pediu ajuda à secção de Estudantes Africanos da Universidade do Algarve, da qual faz parte, e onde surgiu a ideia de angariar dinheiro fazendo almoços.
A Universidade deu os produtos e fizeram um primeiro almoço solidário em outubro. Por estes dias, o segundo. "A escola está quase finalizada, mas agora precisamos de equipá-la com mesas e cadeiras", refere a aluna.
De futuro, o sonho é voltar à Zâmbia para observar os frutos do seu empenho. "Quero ver os sorrisos daquelas crianças, trazer a prova do resultado final, e mostrá-lo às pessoas que nos ajudaram durante todo esse tempo".
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