É esta semana que o farol de Aveiro, o mais alto de Portugal, está a assinalar os 125 anos de atividade. O edifício já não "ronca", mas continua a funcionar e a ser a casa de cinco famílias. A TSF foi visitá-lo.
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É lá do alto dos seus 66 metros que sai um relâmpago de luz para assinalar às embarcações onde está a costa e o Porto de Aveiro. Era também daquela estrutura que saia o som da "ronca do farol", mas uma norma europeia calou-a para sempre. Os sinais sonoros a ar comprimido, como era o aviso de nevoeiro, foram proibidos pela União Europeia no início dos anos 2000.
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Desativam-se umas tecnologias, mas adicionam-se outras. É o caso do sistema "Costa Segura" que está a ser implementada em boa parte dos faróis nacionais e que o de Aveiro já tem. É composto por um radar que permite acompanhar os movimentos das embarcações até 24 milhas náuticas e, à noite, ativam-se as câmaras de visão noturna com um alcance de 3km.
O farol agora é mudo, mas não é por falta de habitantes. A guarnição que cuida dele e dos seus cerca de 70 assinalamentos (outras ajudas à navegação) é composta por cinco homens. Todos eles e as respetivas famílias vivem no edifício. O chefe-faroleiro admite que tanta proximidade, por vezes, resulta em conflitos, mas tudo se resolve. E depois há até crianças a correr pelos seus corredores.
O que também não falta são visitantes. Este ano bateu-se um recorde: 14 mil. Nogueira da Silva, o chefe faroleiro está satisfeito com esses números. Não é fácil cuidar de um mecanismo tão precioso como o farol, estar atento aos assinalamentos e ainda fazer visitas guiadas (semanalmente, à quarta-feira) ao topo do farol.