Uma viagem pelo Parque Nacional de Khao Sok e lago Cheow Lan que nos leva a um hotel flutuante para todos os que amam a natureza.
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Aqui não há telefone, internet ou televisão. A natureza, o silêncio e o lago com 165 quilómetros de águas verde-esmeralda ocupam o tempo.
A viagem para o Lago Cheow Lan, em Khao Sok, começa com uma visita à barragem de Ratchaprapha, na província de Surat Thani, o local que esteve na origem deste imenso lago. Também conhecida como Luz do Reino, a barragem foi construída em 1982, com o objetivo de preservar as terras que ficavam submersas durante as cheias.
Daqui seguimos de carro para o cais que marca a entrada no Parque Nacional de Khao Sok e entramos no barco que vai levar-nos ao interior da floresta.
O guia que nos acompanha chama-se Tum e trabalha no 500Rai Floating Resort.
"Antes de este lago nascer, aqui onde estamos, existiam várias povoações, mais de 400 casas, onde viviam cerca de duas mil e 500 pessoas. Antes de o lago ter sido construído, muitas pessoas vinham aqui para conviver com a população local. Depois foram todos embora. Normalmente ficavam em áreas próximas do rio, mas mais tarde tiveram que recuar mais para terra", recorda.
Temos como destino o 500Rai Floating Resort, um hotel flutuante, no meio das montanhas. Durante a viagem, a paisagem atrapalha a escolha das palavras. As montanhas e as rochas, de desenhos e formas tão diferentes, parecem não ter fim e os reflexos na água são verdadeiros jogos de cores em tons verde e laranja.
A viagem de barco até ao destino demora cerca de hora e meia.
O guia conta que o "turismo cresceu muito" com a construção do lago, "sobretudo para quem está em Surat Thani, Koh Samui e Pukhet, porque fica no meio". "Há 20 anos as estradas eram más, assim como os transportes públicos. Quem vinha aqui ficava mais de uma noite. Mas há 15 anos o governo da Tailândia e o Parque Nacional uniram-se, investiram num projeto de construção de hotéis flutuantes e, depois disso, começaram a chegar cada vez mais turistas", explica Tum.
Absorvidos pela paisagem, paramos junto de três pequenas montanhas, no meio do lago, na verdade são muito maiores do que parecem, ficaram submersas após a construção da barragem. No local existia uma floresta e um palácio, recorda o guia.
Seguimos viagem. Chegamos ao 500Rai, um hotel flutuante, sem ligação ao exterior. São 14 cabanas de madeira. Para chegar ao quarto atravessamos uma ponte. Entramos e, na varanda exterior, temos acesso direto ao lago. À porta há um caiaque, um colete salva vidas e uma paisagem que parece ter sido desenhada.
O proprietário gosta de ser chamado por Ble e tem como principal objetivo "preservar a natureza das árvores, das montanhas, dos animais e a natureza das pessoas". "Precisam de se acalmar, de relaxar. As pessoas aqui vão aprender algo novo e queremos que conheçam a vida na Tailândia", afirma.
O 500 RAI tem a preocupação de proteger o ambiente e está inserido num Parque Nacional onde a presença humana tem que ser mínima.
"O nosso resort fica num Parque Nacional e está na água. Por isso, preocupamo-nos em fazer uma boa gestão de todos os recursos e da água. Não colocamos nada no lago, temos um sistema para tratar e gerir a água. É muito bom, já recebemos por quatro vezes um prémio atribuído pelo primeiro-ministro de melhor hotel flutuante da Tailândia", conta Ble, orgulhoso.
No hotel, 80% dos funcionários são da aldeia local, assim como os produtos frescos servidos no restaurante. O dono do hotel conta que nasceu e cresceu aqui, com os pais e os avós e nunca irá abandonar o Lago Cheow Lan.
"Esta é a minha cidade natal e quero preservá-la de forma sustentável para as próximas gerações. Quero deixar-lhes algo bom. Aqui todos pensam na melhor forma de garantir a sustentabilidade desta área, não sou só eu. Temos que trabalhar juntos para o mesmo objetivo."
As regras do Parque Nacional de Khao Sok são muito rigorosas, há um número limite de turistas por dia. Neste hotel não há rede de telemóvel, telefone ou televisão e, em situações de emergência, a comunicação com o exterior é feita com recurso a um telefone por satélite. O 500 RAI Resort quer investir ainda na energia solar. Ble acredita que o futuro do turismo passa por aqui.
O proprietário acredita "que este é um dos paraísos de quem ama a natureza". "Acredito que todos os humanos amam a natureza, porque aqui temos tudo aquilo de que gostam: floresta, quedas de água, vida animal, água limpa e transparente e o clima é bom", conta.
Para entrar no parque é preciso pagar: 300 baths para os adultos, cerca de nove euros, e 150 bahts para crianças até aos 14 anos. Este hotel flutuante organiza várias atividades, desde observação de aves ao nascer do sol, visita a grutas, caminhada pela floresta, entre muitas outras.