No lar da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime os idosos não vão a casa passar o Natal. "Compreendem que têm que ficar aqui", diz a diretora da instituição.
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Assim que chegamos ao lar uma idosa apresenta-se: "Alda Gonçalves Isidoro, 93 anos. Já são muitos", diz a rir. Alda Isidoro tem filhos, netos e bisnetos e, apesar de residir no lar da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime, todos os anos costuma passar o Natal. " Este ano não pode ser", lamenta. A instituição não obriga ninguém a ficar, mas a diretora frisa que, se o fizessem, a seguir seria necessário ficarem 14 dias em quarentena, isolados.
Acredita que os idosos compreendem que este tem que ser um Natal diferente. "Eles até estão a lidar bem com a situação, nós somos a sua família", diz Sílvia Sebastião. "Queremos proporcionar-lhes nesta altura uma época festiva onde nada lhes falte". A diretora do lar conta que no dia anterior fizeram uma festa em que viram vídeos enviados pelas famílias dos idosos que enviaram desta forma as boas festas." Nós comovemo-nos, eles comoveram-se", diz Sílvia Sebastião.
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O vídeo enviado pela família serviu para dar alento aos 93 anos de Alda Isidoro que pôde ver a neta e a bisneta. "Serviu para matar saudades", diz a idosa. Tem saudades.
O lar da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime, que tem 63 utentes, nesta altura de Natal alargou o período de visitas dos familiares e vai fazê-lo mesmo na véspera e no dia dia.
Por ser um ano mais difícil Sílvia Sebastião não quer que falte nada aos idosos. "Todos os dias têm prendinhas, miminhos e os familiares já trouxeram os presentes para lhes ser entregue no dia 24."
Mimos que a instituição quer dar aos seus utentes para lhes tornar o Natal mais alegre e fazê-los esquecer que naquela instituição já se perderam cinco vidas devido à Covid-19.