"Um médico para 169 camas." Clínicos de hospital de Coimbra pedem reforço urgente
Grupo de médicos enviou carta à administração do hospital a pedir o reforço de urgente de equipas. À TSF, médica alerta que há enfermarias sem capacidade para receber mais doentes.
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Um grupo de médicos do polo do Hospital Geral do Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra (CHUC) denuncia a falta de clínicos nos internamentos e na urgência daquela unidade hospitalar.
Numa carta enviada à administração, os médicos referem que, ao contrário do que aconteceu na primeira vaga em que houve reforço de equipas, a segunda vaga da pandemia não foi acompanhada por uma medida similar, o que está a causar graves dificuldades.
Em declarações à TSF, uma médica, subscritora da carta e delegada sindical do Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra, começa por descrever a falta de recursos nas enfermarias também chamadas residências onde estão internados cerca de 160 doentes, 140 dos quais com Covid-19.
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"Temos um internista e um cardiologista que também está a dar apoio à urgência. Na nossa enfermaria, que tem 22 camas, estivemos três médicos, até às 17h00. A partir dessa hora e até às 21h00, não há ninguém designado para estar na enfermaria. E das 21h00 até às 09h00, há um médico apenas para as 169 camas, mais o cardiologista que também dá apoio", denuncia a profissional de saúde, que não quis ser identificada.
Para além dos internamentos que já estão na sua capacidade máxima, esta médica adianta ainda graves dificuldades nas urgências. "Os doentes estão se a acumular na urgência. Chegamos a receber turnos com 60 doentes, nem todos são positivos, mas ultimamente cerca de metade são covid positivos e neste momento não temos vagas para internar esses doentes. Durante o dia, existem dois especialistas apoiados por internos, mas à noite só há um especialista", lamenta.
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Na carta enviada à administração, os médicos pedem o reforço de equipas, recorrendo aos profissionais que estão no outro polo do centro hospitalar.
"Temos reforçar o número de médicos, temos de ter internistas, médicos de outras especialidades, é imprescindível que haja mais pneumologistas nas enfermarias.
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Nesta carta é ainda sugerida a rotatividade de equipas entre os dois polos, o do hospital geral e o da universidade de Coimbra. A TSF já pediu uma reação à administração do centro hospitalar da universidade de Coimbra, mas até ao momento não obteve resposta.