Um provedor do contribuinte e ministérios em várias cidades. O que quer Santana Lopes?
Santana Lopes foi o convidado do Fórum TSF desta terça-feira.
Corpo do artigo
Espalhar os vários Ministérios pelo país e criar um provedor do contribuinte são duas das muitas promessas do partido Aliança, que, este ano, se apresenta pela primeira vez em eleições legislativas. O líder, Santana Lopes, esteve esta manhã no Fórum TSF a responder às perguntas dos ouvintes.
"Se formos eleitos para a assembleia, insistiremos com o Governo que venha a ser constituído para que tire alguns ministérios de Lisboa com os serviços a ele ligados, que ponha, por exemplo, o ministério da Educação em Vila Real, o ministério de Economia no Porto, o ministério da Saúde em Coimbra, o ministério da Administração do Território em Castelo Branco e o da Agricultura numa das capitais alentejanas, porque isso é dar o sinal e é concretizar o virar de página de que o país precisa para pôr cobro a esta centralização inacreditável", prometeu em entrevista ao jornalista Manuel Acácio.
Outra das promessas de Santana Lopes passa pela criação de um provedor do contribuinte, uma figura que serviria para fazer face aos "abusos todos" que o Estado comete: "O Estado tem de começar a pagar juros por aquilo que deve", acrescentou.
TSF\audio\2019\10\noticias\01\jose_milheiro_santana_lopes
Sobre a prestação do Aliança nas sondagens, Santana Lopes defende que nada está fechado e garante que o Aliança "sobreviverá, de certeza absoluta" mesmo que tenha um mau resultado nas eleições legislativas.
"Estamos preparados para todas as eventualidades. O Aliança é um projeto de fundo, que não nasceu para deitar foguetes."
Pedro Santana Lopes reiterou que "não há voto útil, nem deve haver voto útil".
11357153
"Mesmo que um partido ganhe as eleições isso não significa que possa formar Governo. O que interessa é quem tem a maioria na Assembleia da República e quem consegue reunir uma convergência de 116 deputados.", vincou.
Questionado sobre o caso de Tancos, Santana Lopes lamentou que esse "escândalo" domine a campanha eleitoral, quando há outros temas, na sua visão, mais importantes para o país que deveriam ser discutidos. O líder do Aliança acredita ainda que "o PS está cansado", algo que se vê "pela atuação de António Costa".
"António Costa nas campanhas eleitorais acontece-lhe, normalmente, isto. Como diz o povo: vai-se abaixo das canetas", atira.
Quanto aos temas fraturantes, como a mudança de género por menores ou as barrigas de aluguer, Santana Lopes disse que gostaria de ver esses temas discutidos a fundo na sociedade, sem avançar qual a posição que tem em concreto em relação a estas matérias.
"Nós não aceitamos de bom grado esta galopada da extrema-esquerda a querer impor a sua agenda moral. É tudo mata-cavalos. Agora é a procriação medicamente assistida, depois é a barriga de aluguer, depois é a eutanásia. Isso são reformas que precisam que a sociedade as debata. Por exemplo, a mudança de género aos 14 ou aos 16, quando digo que não aceito não significa que a Aliança ou eu próprio estejamos contra a medida A, B, C ou D. Muitos países europeus aceitam a possibilidade dessa mudança até sem autorização dos pais e aos 14 anos, o que chocou a sociedade portuguesa quando este debate começou.", rematou.
Santana Lopes espera entrar no Parlamento com o Aliança, algo que considera ser uma forma de "entrar ar novo" na Assembleia da República.