O nome é curioso, foge à vulgaridade, mas deixa adivinhar uma alcunha. Na arte culinária há outra riqueza, com uma comida caseira de sabor regional.
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O estatuto de cidade é recente, mas a Trofa nasceu, cresceu e ganhou notoriedade num território povoado desde épocas remotas,
Importante polo industrial, a urbe trofense deve ao caminho-de-ferro muito do desenvolvimento alcançado no século passado. A localização estratégica, no cruzamento de movimentados eixos rodoviários constituiu outro fator de afirmação de um dos concelhos mais jovens de Portugal.
Precisamente à margem de uma dessas rodovias, a Nacional 104, que, ladeando o rio Ave, conduz a Vila do Conde, o restaurante Pintor Pobre tem porta aberta desde 1982 na rua S. Miguel, perpendicular aquela estrada.
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O restaurante, cujo nome é fruto da destrinça entre dois pintores da construção civil homónimos, afirma-se pela comida caseira, confecionada de uma forma sólida. A cozinha da região, de base tradicional é a imagem da casa de ambiente familiar, A sala, no piso térreo de uma moradia com um pequeno jardim lateral, é acolhedora, o ambiente familiar e a decoração sóbria.
Ao fundo do espaço retangular um balcão e o acesso à cozinha. Mesas com toalhas e guardanapos em tecido, cadeiras confortáveis.
A ementa faz jus aos muito apreciados pratos de bacalhau - à Brás, assado no forno, cozido ou frito com cebolada -, regra geral em dias certos da semana, o que também é válido para os assados, com lugar garantido ao fim de semana.
À 3.ª feira, o arroz de frango de cabidela, o tradicional pica no chão, é a vedeta da lista, mas pode ser confecionado, mediante encomenda, em qualquer outro dia.
É um dos pratos mais apreciados e cuja fama fica a dever-se à excelência da carne do bem nutrido frango caseiro: saborosa e tenra. O arroz é servido em tacho de apreciável dimensão, que chega à mesa fumegante. Arroz no ponto, mas um excessivo travo picante acabou por ser nota dissonante, tão apurada foi a confeção.
Na ementa, podem constar, consoante o dia, arroz malandro de feijão ou de legumes com bolinhos de bacalhau; massa à lavrador; polvo à lagareiro; vitela estufada; frango assado no forno; misto de peixe com tiras de bacalhau passado em ovo e frito, marmotas de rabo na boca e petingas; arroz de pato; coelho estufado; caldeirada de polvo.
Ao sábado é dia de tripas; à 6.ª feira, durante todo o ano, e ao domingo, nos meses mais frios, há cozido à portuguesa, outro prato com tradição na casa.
Nas sobremesas, rabanadas e aletria acentuam o lado tradicional deste restaurante com garrafeira suficiente e serviço familiar, muito simpático.
Assim sendo, é uma rica experiência saborear comida caseira, tradicional, no Pintor Pobre. Na Trofa.
Onde fica:
Localização: R. São Miguel, 263. 4785-528 Trofa
Telef.: 252 411 013 ; 962 637 332