Em 2018, morreram 17 mulheres por complicações na gravidez, no parto ou no pós-parto. No ano anterior, tinham sido nove.
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"É uma catástrofe, e não há explicação para isto, ou então, deve haver várias." Para Luís Graça, presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-fetal, nada justifica o facto de em 2018 quase ter duplicado o número de mulheres que morreram na sequência de complicações na gravidez ou parto.
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Luís Graça defende, em declarações à TSF, que "os fatores de risco da idade materna aumentada, obesidade, as mulheres com patologia não aumentaram subitamente de um ano para o outro". O jornal Público noticia que, em 2018, morreram 17 mulheres por complicações na gravidez, no parto ou no pós-parto. No ano anterior, tinham sido nove.
O presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-fetal explica que inverter este cenário passa por não permitir que existam maternidades sem cuidados intensivos ou sem ligação direta a um hospital geral. "Não pode haver partos problemáticos, de mulheres com problemas de saúde ou mais idade, em hospitais que não estejam devidamente preparados para fornecer cuidados intensivos de adultos, isto é, maternidades isoladas, que não tenham uma ligação física direta a um hospital geral com anestesiologistas, intensivistas e internistas com disponibilidade imediata para situações complicadas que possam surgir."
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O representante da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno fetal defende ainda que todas as grávidas de riscos devem ser encaminhadas para hospitais centrais, e que não pode ser permitida a escolha de outra unidade, sob pena de se estar a colocar em causa a vida da mulher. "É necessário que o risco seja previsto durante a própria gravidez e que essas mulheres sejam orientadas logo desde essa altura para um hospital diferenciado onde o parto possa ocorrer", explica.
Luís Graça exemplifica: mesmo "uma hipertensão elevada pode causar complicações" que requerem intervenção imediata.
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