"Uma das mentes mais brilhantes dos nossos tempos." As reações à morte de José Cutileiro
Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa, Augusto Santos Silva, João Gomes Cravinho e Durão Barroso são alguma das personalidades que deixaram últimas palavras ao embaixador.
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O primeiro-ministro considerou este domingo que o embaixador José Cutileiro se destacou como um "brilhante" diplomata no desempenho de importantes funções em nome de Portugal e em cargos internacionais, caracterizando-o como "um patriota e um homem do mundo".
"Era um patriota e um homem do mundo. Foi um brilhante diplomata, antropólogo, cronista e escritor, tendo aliado a ação ao pensamento sobre política externa, na defesa da paz, da liberdade e da democracia. Transmito à família as minhas condolências", escreveu António Costa na sua conta pessoal na rede social Twitter.
Na mesma mensagem, o primeiro-ministro defendeu que José Cutileiro ajudou os cidadãos "a compreender, com grande lucidez, o movimento da História e o papel de Portugal".
"Viveu de perto as transformações das últimas décadas no desempenho de importantes funções em nome de Portugal e em cargos internacionais", acrescentou António Costa.
Também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou, este domingo, a morte do embaixador José Cutileiro, recordando-o como "um magnífico diplomata, um homem da cultura" e também "um grande cronista" que marcou gerações.
Em declarações aos jornalistas, o chefe de Estado referiu que teve a oportunidade de "conhecer muito bem" José Cutileiro, quando "era responsável num órgão de informação onde ele foi um colunista constante", o semanário Expresso.
"Foi, além de um magnífico diplomata, um homem da cultura. Um homem muito inteligente, que escrevia muitíssimo bem, um grande ensaísta, um grande colunista, um grande comentarista, e depois também um grande cronista no sentido de contar a sua vida e a vida dos outros e analisar de forma às vezes impiedosa, mas de forma muito lúcida, muito inteligente a vida nacional", elogiou.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, José Cutileiro "fez dos melhores comentários de política internacional, durante muitas décadas". "Portanto, reconhecemos o seu talento no que escrevia, na forma como escrevia, na maneira como via o mundo, como via a Europa, como via Portugal e o papel de Portugal. Marcou várias gerações, fica aqui o meu testemunho de amizade e de agradecimento", acrescentou.
Já o ministro da Defesa Nacional e diplomata, João Gomes Cravinho, lamentando a "tristíssima notícia" da morte de José Cutileiro, que classifica como "uma das mentes mais brilhantes dos nossos tempos".
"A generosidade intelectual era imensa; em cada uma das crónicas, através da prosa luminosa e do maravilhoso sentido de humor encontramos autênticas pérolas", escreveu no Twitter.
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Também o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) considerou que a morte de José Cutileiro "deixa a diplomacia portuguesa muito mais pobre"e elogiou o "profissionalismo, dedicação e o modo como prestigiou o país".
"Nas várias missões que desempenhou, foi sempre um excecional servidor das causas e dos interesses de Portugal", lê-se ainda na mensagem, divulgada pelo MNE no Twitter.
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"O seu profissionalismo e dedicação, o modo como prestigiou o país no estrangeiro e como ocupou importantes cargos internacionais, são um exemplo para todos os diplomatas", concluiu.
Durão Barroso, antigo primeiro-ministro e ex-presidente da Comissão Europeia, foi outro dos nomes a lamentar a morte do embaixador português.
"Com grande pesar soube da morte de José Cutileiro, notável diplomata e intelectual com quem aprofundei amizade durante dez anos em que foi meu conselheiro especial na Comissão Europeia", escreveu Durão Barroso.
"Um olhar muito cético sobre o nosso País, essa era a forma como gostava de ser português", acrescentou.
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Ouça aqui a Entrevista TSF/DN a José Cutileiro, emitida a 15 de março de 2020
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