A Associação Peço a Palavra enviou esta sexta-feira uma carta ao ministro das Infraestruturas. Quer conhecer o plano de reestruturação da companhia aérea.
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Nos últimos dias várias notícias apontam para milhares de despedimentos, assim como cortes de salários. António-Pedro Vasconcelos, da Associação Peço a Palavra, diz que em 2015 apresentou uma queixa-crime por suspeita de ilegalidade no processo de venda da TAP a David Neeleman, acrescentando que é fundamental perceber se o Governo tem um plano definido.
"Conhecemos alguns dados do plano estratégico, conhecemos aquilo que supostamente são as exigências de Bruxelas, mas não conhecemos tudo. Sabemos que o Governo tem um plano para cortar salários, para cortar postos de trabalho, desistir de 'leasings' de aviões, o que significa desistir de rotas. Mas não conhecemos qual o enquadramento estratégico que leva a essas decisões." Em declarações à TSF, António-Pedro Vasconcelos acrescenta que "uma estratégia não são medidas avulsas por mais que as queiram justificar, tem que ser enquadrada numa estratégia".
António-Pedro Vasconcelos espera ser recebido durante a próxima semana pelo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos. A Associação Peço a Palavra quer ter a garantia de que o Governo está a fazer o melhor pelo futuro e defesa da TAP.
"Seria catastrófico a TAP fechar. Outro receio é de que se tomem decisões que não estejam devidamente enquadradas e que não se tenham esgotado as possibilidades de ter as melhores opções relativamente ao pessoal, às rotas", considera.
Desta forma, a Associação Peço a Palavra quer conhecer efetivamente o plano de reestruturação da TAP.
O plano de reestruturação da TAP tem de ser apresentado à Comissão Europeia até 10 de dezembro, sendo uma exigência da Comissão Europeia para a concessão de um empréstimo do Estado de até 1200 milhões de euros, para fazer face às dificuldades da companhia, decorrentes do impacto da pandemia de Covid-19 no setor da aviação.