"Uma guerra diária." Semanário Gazeta das Caldas comemora cem anos com edição especial
Em declarações à TSF, o diretor do semanário regional, Almeida e Silva, refere que a Gazeta das Caldas não escapa às dificuldades financeiras que enfrentam muitas publicações em Portugal.
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A Gazeta das Caldas, jornal regional com uma tiragem de cinco mil exemplares, comemora na quinta-feira o seu centenário com uma edição especial sobre o percurso do semanário que pôs nas bancas 5.611 edições. À TSF, o diretor do semanário regional, Almeida e Silva, refere que a Gazeta das Caldas não escapa às dificuldades financeiras que enfrentam muitas publicações em Portugal.
"É uma luta, com muitas dificuldades, com muito sacrifício das pessoas que aqui trabalham, com muita falta de meios. É uma guerra semanal ou diária que atravessamos, mas que o país vai ter de enfrentar, ou então vai pagar caro", diz à TSF Almeida e Silva.
Para o futuro, Almeida e Silva tem um desejo: "Os jovens cada vez leem menos papel, mas há que criar hábitos, como nos países nórdicos se tem feito, para que não se perca esta forma de vida. E esta forma de vida, tal como a rádio e a televisão, que vieram já depois da Gazeta, é muito importante para percebermos o mundo em que estamos e não sermos enganados pelas fake news, pelas mentiras, pela demagogia, que a todo momento chegam de todo o mundo. Se eu tivesse um desejo para o futuro, era que as pessoas tentassem ser críticas e valorizassem todos os meios que há para esse conhecimento crítico."
A primeira edição do jornal foi publicada a 1 de outubro de 1925, impressa na tipografia Caldense de José da Silva Dias, tendo no cabeçalho, como complemento do título, a classificação de “jornal regionalista”, e sede nos centenários nos pavilhões do Parque, nas Caldas da Rainha, no distrito de Leiria.
Nessa primeira edição, sob o título “Ao que vimos”, o jornal dizia-se “livre, em absoluto, de toda a política de partidarismos” e declarava o propósito de “servir os interesses da região”, onde, na quinta-feira, completará o marco de pôr a circular 5611 edições e que chegou a ter, nos melhores anos, uma tiragem semanal de 13 mil exemplares.
Em 1975, com a democratização do país, a Gazeta entrou numa nova fase, sendo desde então propriedade da Cooperativa Editorial Caldense e tendo como diretor José Luíz Almeida e Silva, que durante 50 anos dirigiu 2773 edições do semanário.
A edição comemorativa do centenário, um número especial com 80 páginas, terá, excecionalmente, como diretor convidado o juiz Carlos Querido, uma capa desenhada pela ilustradora Cristina Sampaio e grafismo do designer editorial Jorge Silva.
O jornal, com uma tiragem de cinco mil exemplares semanais e três mil assinantes, sai para as bancas às quintas-feiras e conta com oito trabalhadores, dos quais quatro jornalistas.
