A candidatura da procissão da Nossa Senhora do Fetal, conhecida por Procissão dos Caracóis, deverá estar concluída até final do ano.
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Em 2022, o Município da Batalha anunciou que iria iniciar o processo de classificação da Procissão dos Caracóis como Património Cultural Imaterial junto da Direção Geral do Património Cultural (DGPC). Nesta altura, um conjunto de entidades trabalham para que essa realidade seja possível, mas antes é preciso manter viva uma tradição da freguesia de Reguengo do Fetal.
No último fim de semana saiu a imagem da Nossa Senhora do Fetal do Santuário para a Igreja Matriz. Como sempre, registou-se um apagão da iluminação pública para que se visse o efeito provocado pelos milhares de caracóis iluminados. "São pequenas lucernas feitas com conchas de caracol que levam azeite e uma pequena torcida que, antes de começar a procissão é acesa", explica a conservadora do Museu da Comunidade Concelhia. "Todo o percurso de 800 metros entre o Santuário e a Igreja Matriz é iluminado com estas conchas de caracol", adianta Ana Moderno.
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A conservadora do museu é uma das pessoas envolvidas na candidatura desta procissão a Património Cultural Imaterial. A Câmara Municipal da Batalha, a Junta de Freguesia do Reguengo do Fetal e a Paróquia local são outras entidades que trabalham no processo.
O andor com a imagem de Nossa Senhora do Fetal fica durante uma semana na Igreja e no próximo sábado, dia 30 de setembro, a procissão faz o percurso inverso até ao santuário. Toda a comunidade se empenha na elaboração do evento, desde os mais velhos que fazem os pavios, até as crianças da escola básica que ajudam nas decorações da festa.
Os milhares de grandes caracóis usados para iluminar o trajeto são recolhidos em indústrias e restaurantes." Eles estão em cima de muros, de portas, de fachadas" e formam motivos, imagens ou palavras alusivas à festa em todo o percurso.
Estas duas procissões de devoção à Nossa Senhora do Fetal já datam do século XIX e a candidatura à Direção Geral do Património Cultural está a ser ultimada com todo o material que as entidades envolvidas conseguem recolher."É preciso enquadramento antropológico, histórico, haver o maior número de informação possível documental que possa suportar esta candidatura", explica Ana Moderno.
Para a candidatura foi igualmente realizado um documentário com testemunhos de residentes e emigrantes que todos os anos acorrem ao Reguengo do Fetal para participar nesta procissão.