A entrevista a Alexandre Barbosa, um dos fundadores da Faber.
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A Faber é uma empresa portuguesa de capital de risco que nasceu em 2012 e desde então participou em todas as edições da Web Summit, ainda em Dublin.
Um dos fundadores da Faber, Alexandre Barbosa, espera que mesmo sem contacto a conferência seja um sucesso porque "apesar destas restrições há também benefícios, há um alcance maior, uma abrangência maior e uma capacidade de interação com pessoas e equipas que estão distantes".
Assim, a distância até pode ser uma vantagem, mas Alexandre Barbosa confessa que há coisas que se perdem. "O que de alguma forma se perde nesta dimensão digital é o acaso, a espontaneidade de alguns contactos acidentais que ocorrem no terreno, mas ganha-se em alcance. Não podemos ter a ilusão de que os investidores percorrem os corredores de uma conferência nos terreno e acabam por fechar negócio ali."
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O universo online, como já foi testado com sucesso, consegue replicar com fidelidade a montra das startups e "isso hoje consegue-se espelhar de forma fidedigna em vários canais online numa plataforma que a Web Summit já testou em outras conferências que opera em outras geografias e onde nós tivemos oportunidade de participar, como foi o caso da Collsion, na América do Norte", sublinha.
"Desta vez a pesquisa e a prospeção não é feita nos corredores do espaço da conferência, é feita em canais e contactos digitais e não achamos que ficamos diminuídos na capacidade de encontrar boas oportunidades por causa disso", admite Alexandre Barbosa.
Para o fundador da Faber, "nós temos a felicidade de ser um dos principais operadores de capital de risco, ao longo dos últimos anos, na cena nacional e tivemos a oportunidade de ser um dos participantes nacionais na Web Summit ainda em Dublin e participámos em todas as edições sem exceção e se houve edições no passado em que participadas nossas, como a Seedrs e a Codacy, que ganharam a competição entre startups, noutras edições a prioridade foi mais o encontro com outros investidores, este ano estamos a toda a largura da potencialidade da Web Summit enquanto conferência".
A Faber vai para a Web Summit com um novo (segundo) fundo de 20,5 milhões de euros mas o objetivo é sair da conferência com uma carteira mais recheada.
De acordo com Alexandre Borges, "estamos ativamente na Web Summit enquanto prospeção e temos um conjunto de contactos previstos com startups e temos também oportunidades de coinvestimento que estamos a discutir com investidores internacionais e estamos também em prospeção de investidores em fundos porque o nosso processo de angariação de capital que anunciámos há muito pouco tempo o primeiro fecho do nosso novo fundo que chegou aos 20,5 milhões de euros mas temos, contudo, o objetivo de angariar capital até aos 30 milhões e se possível ultrapassar esse objetivo e portanto estamos ativamente em contacto com investidores internacionais que vão conversar connosco durante os próximos dias e com quem esperamos desenvolver processos detalhados de avaliação ao longo dos próximos meses", explica.
Alexandre Barbosa admite que ao longo dos anos o risco tem compensado e as empresas em que têm apostado começam agora a criar mais-valias muito altas para os seus investidores.