UMinho prepara novo polo em Esposende. Autarquia pretende ter obra pronta em 2026
O MarUMinho - Instituto Multidisciplinar de Ciência e Tecnologia Marinha da Universidade do Minho vai nascer na antiga Estação Radionaval, na Apúlia.
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A Universidade do Minho está a preparar o seu novo polo em Esposende. Chama-se MarUminho - Instituto Multidisciplinar de Ciência e Tecnologia Marinha e vai nascer na antiga Estação Radionaval, na Apúlia.
Atualmente, a instituição de Ensino Superior conta com dois campi nas cidades de Braga e Guimarães, e um polo em Vila Nova de Famalicão.
O Município de Esposende já adquiriu os terrenos da antiga Estação Radionaval, contudo, falta financiamento para concretizar este projeto que quer a autarquia quer a UMinho consideram de "interesse nacional".
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O projeto do MarUMinho prevê a reabilitação dos antigos edifícios da Estação Radionaval, nomeadamente, a cantina, habitações e piscina. Este último irá permitir a realização de testes a equipamentos, veículos subaquáticos e comunicações. A cantina terá capacidade para 200 pessoas. Quanto às habitações, serão recuperadas para dar lugar a residências com capacidade para acolher 28 estudantes e/ou investigadores.
De raiz, segundo o vice-reitor Eugénio Campos Ferreira, irão nascer dois novos edifícios: um com quatro mil metros quadrados e dois pisos onde irão nascer laboratórios; o segundo, com metade da dimensão, estará direcionado para a incubação de empresas, spinoffs e startups ligadas à economia azul, indústria alimentar, energias renováveis, cosmética e farmacêutica, mas também nos têxteis ou design de produtos.
O projeto, que terá custado cerca de 400 mil euros aos cofres da Câmara Municipal de Esposende, foi realizado por uma empresa externa e já está finalizado. Resta receber um parecer do Ministério da Defesa, que atrasou o processo, mas será positivo, de acordo com o presidente do Município de Esposende, Benjamim Pereira.
"A unidade apesar de ter sido adquirida, continua a ter uma restrição face à autorização que ainda prevê que venha a existir, nas proximidades do local, algo ligado às comunicações. Dentro de pouco tempo teremos connosco a autorização que precisamos para avançar com a aprovação do projeto. Só depois da aprovação é que poderemos continuar o nosso trabalho de tentar financiar essa mesma unidade", declara.
O grande entrave à empreitada é a falta de financiamento. Para já, o Norte 2030 ainda não abriu linhas de financiamento para este efeito. Questionado sobre a existência de uma candidatura ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para este efeito, o vice-reitor garante que não.
O autarca de Esposende, por seu lado, frisa que o projeto está concluído, portanto seria "relativamente rápido" executar a obra no âmbito do PRR. Quando questionado sobre se gostaria que o polo fosse uma realidade em 2026, Benjamim Pereira responde que sim, sendo que o investimento pode ser faseado, visto que em causa poderão estar "milhões de euros".
Para o edil, este projeto traria mais valias, nomeadamente, no "controle da erosão costeira"." Nós somos Parque Natural Litoral Norte, podem também explorar muita coisa do ponto de vista da ciência ligada a estas áreas", sublinha.
O MarUMinho vai acolher: o Núcleo de Investigação em Políticas Económicas e Empresariais (NIPE), o Grupo de Investigação em Biomateriais, Biodegradáveis e Biomiméticos (3Bs), o Centro de Investigação em Microssistemas Eletromecânicos (CMEMS), o Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA), o Centro de Engenharia Biológica (CEB), o Instituto para a Sustentabilidade e Inovação em Estruturas de Engenharia (ISISE), o Instituto de Polímeros e Compósitos (IPC), o Centro de Território, Ambiente e Construção(C-TAC) e o Centro de Ciências da Terra (CCT).
Está previsto que o espaço receba a sede do Centro Multipolar de Valorização de Recursos Marinhos (CVMar), que representa uma rede de colaboração de entidades do Norte de Portugal e da Galiza coordenada pela UMinho.