Existe no Algarve e faz parte do Estudo de Risco Sísmico e Tsunamis da região.
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O único simulador de cenários sísmicos existente em Portugal foi desenvolvido ao abrigo do estudo e instalado no Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Faro. Inserindo diferentes variáveis no computador é possível prever o que pode acontecer após um tremor de terra. Sabendo o epicentro, a sua magnitude, a hora de ocorrência e o mês, é possível perceber e antecipar quantas vítimas pode fazer e que locais poderão ser mais afetados, de modo a canalizar os meios de auxílio necessários.
Carina Coelho, técnica da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil no Algarve, dá o exemplo do terramoto de 1755, que teve uma magnitude de 8,7 na escala de Richter com epicentro no mar, no chamado Banco de Gorringe. Se o sismo ocorresse nos dias de hoje, em pleno mês de agosto, quando a população no Algarve quase triplica, e por volta da hora do almoço, o resultado seria devastador.
"O cenário expectável seria de 3% da população desalojada, cerca de 11 mil desalojados, no pior cenário 32 mil pessoas", revela. Quanto às vítimas mortais, um melhor cenário aponta para mil pessoas, o mais pessimista para cerca de quatro mil.
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Este sistema já foi testado na atualidade depois da ocorrência de outros sismos mais pequenos, como o que aconteceu na região em 2009, com uma magnitude de 6.0 na escala de Richter, e que não teve consequências. Na altura, todos os dados inseridos no computador deram o resultado que se verificou na realidade.
No entanto, o simulador baseia-se em dados que já estão desatualizados, como a população existente, que já é muito superior na atualidade, ou o edificado na região, que também já está bastante alterado.
O Comandante Regional da Proteção Civil lembra que, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), está previsto atualizar o Estudo sobre o Risco Sísmico e Tsunamis para o Algarve, que irá contemplar um novo simulador, bem como elaborar outro estudo para todo o território nacional.
O comandante Vaz Pinto revela que está prevista a colocação em toda a costa de sirenes que funcionem como sistemas de alerta à população, bem como o envio de SMS para os telemóveis (que já tem acontecido durante os incêndios), assim como outros sistemas de aviso que ainda estão a ser pensados.