Unidade no PSD? "É preciso outros quererem também. Não consigo fazer milagres"
Para Rui Rio não há dúvidas. Os militantes do PSD votaram pela sua manutenção na presidência do PSD porque preferem a estabilidade. A vitória do líder que se mantém no cargo ficou assegurada com pouco mais de 53% dos votos.
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"Houve um momento para as diferenças, agora é o momento de unidade." Com esta frase Rui Rio tenta virar a página da sua liderança no PSD. O líder, que foi reeleito na segunda volta das eleições internas, quer seguir em frente com o partido pacificado.
No discurso de vitória, na mesma sala, no mesmo hotel de sempre, Rio falou para os militantes e apoiantes que ocuparam todas as 200 cadeiras e para os muitos que ficaram de pé. Cheirava a vitória por todos os lados. Ainda não havia confirmação oficial, mas já havia gente na sala a marcar lugar, sorrisos, abraços e "v" de vitória.
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Rio falou para os militantes que ali estavam e para os que não estavam nem ali, nem com ele na corrida à liderança do PSD.
"Vamos ouvindo que o PSD está todo partido, mas porquê? Porque uns votaram num e outros votaram noutro. Coisa mais normal não há. Hoje os militantes do PSD votaram pela estabilidade, ao escolherem a actual liderança. Eu espero que a partir de hoje possamos trabalhar no PSD com estabilidade e com lealdade."
"Para mim cabem todos cá dentro, desde que estejam com seriedade e lealdade. O nosso adversário número comum é o PS e é a geringonça. Não é, naturalmente, o PSD."
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Recado dado, Rio voltou a frisar que "não deu nada em troca" a quem votou nele, nem "prometeu nada a ninguém". Por isso, avisa que "vamos decidir como devemos decidir, porque eu não devo nada a ninguém".
Antes, ao longo de dez minutos, Rio desfiou uma longa lista de mensagens e agradecimentos, incluindo aos apoiantes mais próximos, como o director de campanha, Salvador Malheiro, às estruturas do partido e aos adversários.
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Relembrando os principais objectivos que tem para o PSD, Rio sublinhou uma maior abertura à sociedade. Para isso, o partido tem de ser mais atraente e mais activo. "Para que as pessoas normais, o portugueses que andam na sua vida, possam encontrar aqui dentro motivos para militar, de forma a discutir e debaterem as suas ideias, e não virem para aqui andar a ver, às vezes, lutas de galos e pintainhos em torno de lugares. Não é para isso que serve um partido. Não pode ser só lugares."
A noite acabou com uma promessa. Trabalho. Mas, avisa Rio "de forma politicamente incorrecta, só para a semana. Amanhã vou descansar. Quero com o PSD começar a ganhar o país".