Unidos na mensagem e na solidariedade. Iranianos pedem a Portugal que expulse embaixador do Irão
Ucranianos e iranianos estiveram em protesto esta noite frente à embaixada do Irão em Portugal.
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"Não estamos seguros em Portugal", diz sem medo Yaser. Este iraniano está em Portugal há oito anos, e na voz tem segura a mensagem que fazer ouvir em bom som. "O presidente de Portugal pode mostrar solidariedade com o iraniano. É muito importante. Portugal deve expulsar o embaixador do Irão", afirma.
Em frente à embaixada do Irão em Lisboa, a noite vai caindo e em poucos minutos junta-se quase uma centena de ucranianos e iranianos. Organizada pela associação de ucranianos em Portugal, estes manifestantes acusam o Irão de "ser um estado totalitário que ajuda o regime de Vladimir Putin a matar ucranianos". A Ucrânia já veio denunciar que o regime iraniano está a fornecer drones kamikazes que, nas últimas semanas, têm sido a principal arma usada pelas tropas russas para bombardear cidades no país. O Irão já negou, mas a explicação do país não convence estes manifestantes.
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Yaser é a voz que guia todos os que quiseram marcar presença nestes protestos. "Nós queremos expulsar o embaixador do Irão", continua a gritar, com os demais manifestantes a acompanharem-no como pano de fundo. "Nós queremos internet livre. Não podemos falar normalmente com a nossa família. Não podemos fazer videochamadas", denuncia. Ismail é outro dos iranianos que, apesar dos receios, quis mostrar apoio aos dois povos. "Tenho medo. Mas sei que posso ficar em Portugal sem qualquer problema. Sei que se quiser voltar ao Irão não vou conseguir. Estou aqui para apoiar o meu povo", explica.
Pavlo Sadoka, responsável pela associação que une os ucranianos em Portugal, sublinha o alinhamento dos dois povos. "É muito simbólico que tenhamos iranianos aqui connosco. Porque estamos unidos no mesmo propósito. No fundo, eles estão a lutar pelos mesmos valores que defendemos. Os iranianos querem um país livre de ditadura", resume. O protesto dura uma hora, e durante esse período não há nem sinal de vida na embaixada. Quem está do lado de fora, mantém a mesma convicção, apesar de saber que provavelmente não há ninguém do outro lado para ouvir a mensagem. Iranianos e ucranianos não têm dúvidas de que "quem defende a democracia ajuda a Ucrânia".