Os produtos resultam do projeto internacional FirEUrisk que envolve 38 parceiros mundiais. A demonstração desta sexta-feira visa ouvir opiniões para melhorar os produtos desenvolvidos.
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Em Portugal, o projeto FirEUrisk tem como área de estudo os distritos de Leiria e Coimbra, afetadas pelos incêndios de 2017, mas Domingos Xavier Viegas, coordenador científico do projeto, diz que as soluções que estão a ser desenvolvidas podem ser aplicadas em todo o país e em toda a Europa.
Uma dessas soluções é o "mapa de combustíveis". "Nós desenvolvemos uma metodologia para classificar os combustíveis, a vegetação, e a partir daí, com base em imagens de satélite, criar mapas de combustível que são importantes, são necessários, para tudo o que tem que ver com a simulação do comportamento do fogo, da dispersão do fumo, ver até que ponto é que medidas de gestão dos combustíveis e de redução da carga podem afetar o comportamento do fogo."
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Segundo o diretor do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais da Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, estão ainda a ser estudadas diferentes medidas de redução de risco, bem como "problemas relacionados com a ignição dos incêndios".
O coordenador espera que este projeto "seja uma mais-valia" ao trazer "mais informação sobre os mapas de combustível e sobre as condições climáticas".
"No projeto estamos a estudar não apenas as condições presentes e passadas, mas também estamos a olhar para o futuro. Estamos a olhar para o que vai ser a expectável mudança climática e como é que ela irá afetar, por exemplo, o crescimento da vegetação, o desenvolvimento até de espécies que não tínhamos, a chamada espécie invasoras. Ou como é que as espécies atuais poderão ter mais dificuldade em desenvolver-se no futuro clima."
A cerca de um ano de terminar o projeto, Domingos Xavier Viegas sublinha que os resultados a apresentar esta sexta-feira ainda não são as finais. A intenção é ouvir opiniões de quem lida com risco de incêndios.
"O objetivo é que as nossas autoridades, as entidades que em Portugal lidam com o risco de incêndio possam tomar conhecimento destas soluções, ver a aplicação potencial delas no nosso país e dar-nos também a sua opinião e as suas sugestões de melhoria destes produtos. Por isso é que estamos a fazer essa apresentação antes do final do projeto para pudermos ainda não só aplicá-las, mas também melhorá-las conforme as sugestões que recebermos."
A sessão conta com a presença do ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, assim como autarcas, bombeiros, Proteção Civil ou IPMA.
O FirEUrisk envolve 38 parceiros de 17 países diferentes e é financiado pela União Europeia. Tem um orçamento de 10 milhões de euros.