Urgência de cirurgia do hospital de Mirandela encerrada até final de novembro
Os três cirurgiões, que sempre estiveram afetos ao serviço de urgência do hospital da cidade mirandelense, foram alocados, no início de outubro, à urgência do hospital de Bragança.
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A cirurgia-geral da urgência do hospital de Mirandela, está, desde o dia 8 de outubro, sem qualquer cirurgião de serviço, e segundo apurou a TSF junto de fonte hospitalar, assim vai continuar, pelo menos, até ao final de novembro, já que nas escalas elaboradas para todo o mês não constam profissionais de saúde da especialidade de cirurgia-geral para o serviço de urgência.
A situação acontece porque os três cirurgiões, que sempre estiveram afetos ao serviço de urgência do hospital da cidade mirandelense, foram alocados, no início de outubro, à urgência do hospital de Bragança da mesma área de abrangência da Unidade de Local de Saúde do Nordeste, entidade que gere os três hospitais daquele distrito, por constrangimentos na elaboração de escalas devido à recusa da maioria dos médicos em realizar trabalho extra para lá das 150 horas.
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Sendo assim, os doentes que necessitem de ser vistos por um profissional de saúde daquela especialidade, ou que tenham de ser submetidos a uma intervenção cirúrgica urgente, serão encaminhados para o serviço de urgência do Hospital de Bragança, a 60 quilómetros de distância de Mirandela.
Apesar de várias tentativas, a administração da Unidade Local de Saúde do Nordeste ainda não deu qualquer explicação oficial para esta medida, nem tão pouco esclarece se a situação será apenas provisória ou poderá vir a ser definitiva, tendo em conta que dois dos três especialistas, agora alocados a Bragança, já têm uma idade avançada (68 anos) à beira da aposentação e se não houver novas entradas pode estar em causa, em definitivo, aquela valência, em Mirandela.
Ora, vários profissionais de saúde do hospital da cidade transmontana confidenciaram à TSF que existem rumores de que os três cirurgiões em causa já não regressam e com isso pode significar o princípio do fim da urgência médico-cirúrgica com a consequente desclassificação para urgência básica.
Aliás, têm sido constantes, nos últimos anos, as incertezas sobre a continuidade dessa tipologia de urgência, que já motivaram várias denúncias da Ordem dos Médicos dando conta que o serviço de urgência médico-cirúrgica está a funcionar sem algumas das valências que constam da listagem obrigatória num serviço com esta classificação e com poucos recursos humanos.
Oficialmente, o distrito tem duas urgências médico-cirúrgicas (Mirandela e Bragança), criadas em 2007, depois dos SAP"s (Serviços de Atendimento Permanente) de alguns centros de saúde terem ficado com médico à chamada durante a noite.
Como contrapartida por esta situação, foi estabelecido um protocolo entre os presidentes de câmara da região e a ARS Norte para criar a urgência básica de Macedo de Cavaleiros e as médico-cirúrgicas de Bragança e Mirandela.