Urgências no Litoral Alentejano sem médicos de clínica geral. Oito horas de espera no S. José
A denúncia é do Sindicato Independente dos Médicos.
Corpo do artigo
As urgências do Hospital Litoral Alentejano, que serve as populações de Santiago do Cacém, Alcácer do Sal, Odemira, Grândola e Sines, estão a ser asseguradas por médicos especialistas e não, como é norma, por médicos de clínica geral.
Este é um dos vários problemas que afetam diversas unidades de saúde, segundo uma denúncia feita por Roque da Cunha secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos e já confirmada pela TSF.
Roque da Cunha lembra que há mais hospitais em que a urgência não está a funcionar normalmente.
"Este sábado, no Litoral Alentejano não se pode recorrer ao serviço de urgência. Em Almada não se pode recorrer ao serviço de urgência pediátrica. Na Amadora não se recebem ambulâncias e no Hospital de São José (Lisboa) há oito horas de espera", afirmou.
Face a este cenário o dirigente sindical deixa um apelo: "Sabemos que os médicos estão a fazer um esforço, a 'fazer das tripas coração', para manter os serviços de urgência, mas caso se mantenham as situações de incapacidade a probabilidade de erro aumenta. Para evitar que isso aconteça tem que se reconhecer que não há condições para manter as urgências abertas."
11669619
Na sexta-feira, a ministra da Saúde, Marta Temido, lamenta que em Portugal se utilize vezes demais a expressão "caos" para descrever o Serviço Nacional de Saúde e assegura que a realidade é muito diferente. A ministra lembrou que, só em 2019, o Serviço Nacional de Saúde atendeu 31 milhões de portugueses nas consultas de saúde primária", das quais metade, foram hospitalares. "Dizer que picos de afluência, dificuldades, problemas, são o retrato da realidade, penso que não faz jus a aquilo que é o esforço diário de centenas de profissionais", concluiu Marta Temido.