Urgências sem fechar por falta de resposta. Férias de Natal e Ano Novo não podem abrir buracos nas escalas
Os hospitais devem considerar prioritário o funcionamento dos serviços de urgência durante o inverno, cabendo aos administradores garantir as suas condições de funcionamento através de "todos os recursos disponíveis"
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Depois de todos os problemas com o INEM, o Ministério da Saúde tenta evitar um inverno caótico nas urgências. Quem faz falta nos hospitais não pode ir de férias e todos os recursos são mobilizados para atender emergências. Em alguns casos, podem contratar-se camas a hospitais privados.
Com o frio, chegam os vírus respiratórios e, geralmente, o sistema de saúde fica à beira do colapso. Para que este inverno tudo corra melhor, o Governo publicou um despacho, que entra em vigor a 1 de dezembro.
Segundo o documento, os hospitais devem considerar prioritário o funcionamento dos serviços de urgência durante o inverno, cabendo aos administradores garantir as suas condições de funcionamento através de "todos os recursos disponíveis".
"A prestação de cuidados médicos de urgência ou emergência deve ser considerada prioritária pelas ULS em relação a situações estáveis, devendo os conselhos de administração das ULS garantir que estão reunidas as condições que garantam o funcionamento do serviço de urgência externa, utilizando todos os recursos disponíveis", refere o despacho da secretária de Estado da Saúde, Ana Povo.
Centros de Saúde
As Unidades Locais de Saúde (ULS) terão, então, de criar mais consultas não programadas para quem aparece com doenças agudas – aquelas que precisam de uma solução rápida, mas que não são emergências. Serão ainda abertas mais vagas para consultas, incluindo aos fins de semana e feriados e o horário de atendimento será alargado, em regra, das 08h00 às 20h00, mas se for preciso em alguns casos poderá estender-se até às 0h00.
Algumas unidades poderão até criar Centros de Atendimento Clínico, alternativa para resolver casos menos graves no próprio dia. Aqui podem contratar-se meios privados ou das autarquias.
Hospitais
Para quem tem doenças crónicas, como asma ou insuficiência cardíaca, os hospitais devem ter consultas rápidas para evitar idas desnecessárias às urgências.
Ainda, para enfrentar o acréscimo de doentes, o plano inclui o alargamento da capacidade de internamento, com mais camas prontas, aquisição de mais macas e até contratação de espaços externos, se necessário.
As equipas médicas vão ter de garantir que a organização interna continua focada em dar resposta a quem mais precisa, se necessário adiar tudo o que não é urgente e estava programado.
Os planos de férias de Natal e Ano Novo não podem deixar buracos nas escalas para os serviços de urgência, já que nenhuma pode fechar portas por falta de capacidade de resposta. A partir de agora, só com autorização da direção executiva do SNS.