Esta é a convicção de Emídio Gomes, que tomou posse há quase um ano como reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real, e tem um mandato cheio de desafios.
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Vila Real vai ser uma das próximas cidades onde vai ser possível formar médicos. A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) arranca, este ano, com um centro académico clínico, em parceria com o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro e os agrupamentos de centros de saúde da região, que será decisivo para o futuro da instituição.
O centro académico clínico é a primeira pedra no grande objetivo, perseguido há muitos anos, de formar médicos em Vila Real. Emídio Gomes tomou posse há quase um ano como reitor da UTAD e acredita que durante o seu mandato de quatro anos será possível concretizá-lo. "Em 2023 esperamos ter autorização para iniciar a formação na área médica", salienta.
O centro vai chamar-se "Professor Nuno Grande". Vai passar a desenvolver investigação na área da Saúde, numa lógica multidimensional "One Health", uma só saúde, "entre a saúde pública animal e a saúde pública humana, a ligação às populações e ao envelhecimento".
Emídio Gomes ainda não revela quem vai ser o diretor. Diz apenas que é "alguém muito conhecido" e que é "um dos melhores na organização da investigação e do ensino ligado à saúde". Uma das pessoas "mais conceituadas em Portugal e com dimensão internacional". Será ele que, "em conjunto com o professor canadiano Robert Armstrong, vai liderar o processo da proposta para a formação na área médica".
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Para o reitor, o curso de Medicina "vai ser decisivo" no futuro da universidade tendo em conta o despovoamento que aflige a região transmontana e duriense. "Hoje a UTAD está muito bem, mas tem desafios muito complexos para os próximos anos. Desde logo devido à demografia na região. Esta nossa ligação ao ensino na área da saúde, seja na investigação ou na formação, será uma âncora muito forte para o desenvolvimento da nossa universidade", enfatiza.
Esta importância deve-se também à capacidade de "atrair muita formação especializada, melhores profissionais para a região e tem um efeito de difusão em algumas áreas adjacentes muito grande". Daí que Emídio Gomes não tenha dúvidas de que "será um pilar muito forte no futuro".
Contudo, não será o único e há que reforçar outros. Para a UTAD se manter no patamar do número de alunos que tem hoje, à volta de oito mil, "dentro de seis anos quase 90% terão de vir de fora", realça o reitor. Há um conjunto de ações que vão ter de ser concretizadas. Emídio Gomes dá exemplos: "melhorar condições de acolhimento, aumentar o número de camas em articulação com a cidade de Vila Real e com as da área envolvente e criar aqui um verdadeiro espaço universitário em torno da UTAD".
À margem destes objetivos futuros, a UTAD prepara-se para agraciar com o diploma Honoris Causa a pintora Graça Morais, já esta quarta-feira, 11 de maio, e, em data a combinar, o selecionador nacional de futsal, Jorge Braz.