Vacina contra a Covid-19 "não é um milagre" e terá de ser "comprovada a sua eficácia"
Diretor do Serviço de Infecciologia do Hospital Curry Cabral defende a importância de se preparar uma "grande campanha de sensibilização" para convencer a população a tomar a futura vacina.
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A vacina contra a Covid-19 "não é um milagre". É preciso ter mais informação sobre os benefícios e a eficácia da mesma. O alerta é do diretor do Serviço de Infecciologia do Hospital Curry Cabral, em Lisboa. Em declarações à TSF, Fernando Maltez sublinha que nesta altura é preciso ter mais informação.
"Chamo a atenção que estas vacinas estão a ser apresentadas como prontas num tempo que eu diria recorde. E temos saber mais acerca destas vacinas, temos de saber mais acerca da sua eficácia. Elas vêm rotuladas como tendo eficácia acima dos 90% e isso terá de ser provavelmente comprovado só depois da sua utilização", avisa.
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Fernando Maltez defende que é importante fazer uma grande campanha de "sensibilização para convencer as pessoas" a tomarem a vacina que deverá chegar ao mercado nos próximos meses.
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Questionado sobre o Remdesivir, que está no centro de uma grande discórdia em relação aos seu uso e benefício nos pacientes com casos graves de Covid-19, Fernando Maltez garante que o medicamento é administrado no Hospital Curry Cabral e que vai continuar a ser porque, é o melhor que há. "Não temos outros antivíricos com eficácia melhor nem outro medicamento que atue sobre o vírus que tenha demonstrado melhor eficácia", diz o responsável, sublinhando que o seu uso será avaliado "caso a caso".
Portugal deverá receber as primeiras doses da vacina contra a Covid-19 em dezembro ou em janeiro. O país registou esta segunda-feira mais 4044 novos casos de infeção. Nas últimas 24 horas morreram mais 74 pessoas com o novo coronavírus.