A manter-se o cenário atual de pequenas, mas constantes mutações na proteína do vírus, a atualização da vacina contra a Covid-19 passa a ser anual. O coordenador da DGS para a vacinação explica também que acabou com o regime de porta aberta para a população em geral: "A partir de agora só se vacina quem corre mais riscos em caso de infeção."
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"A vacina ainda não chegou, mas ao que sei, será em quantidade suficiente para vacinar este outono todas as pessoas elegíveis". A garantia é do coordenador da Comissão Técnica de Vacinação, Luís Graça, que em entrevista à TSF explica que Portugal encomendou doses suficientes para vacinar os grupos de risco, "as pessoas com mais de 60 anos, mas também as que sendo mais novas têm problemas de saúde que as tornam mais vulneráveis à infeção com o SARS-CoV-2".
É o caso dos doentes oncológicos, transplantados ou com histórico de problemas respiratórios.
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A vacina que vai ser usada a partir de final de setembro é especificamente dirigida contra as mutações mais recentes do vírus da estirpe Omicron (XBB.1.5), também responsável por um maior número de infeções nesta altura em Portugal.
O reforço da vacina foi aprovado pela Agência Europeia do Medicamento apenas no final de agosto: trata-se da Comirnaty Omicron XBB.1.5.
O mapa nacional dos novos casos de Covid-19 vai apenas até dia 20 de agosto, mas indica que houve um aumento de 35% face à semana anterior.
"O aumento do número de infeções no período do outono e do inverno já faz parte do que se sabe sobre este vírus", comenta Luís Graça, "e o que também sabemos é que quem já foi vacinado contra outras estirpes e variantes do vírus mantém ainda algum tipo de imunidade".
É mais um argumento para seguir o que estava previsto para esta fase, pelo que "sem alterações de maior iremos passar a ter a vacinação contra a Covid, tal como acontece com a gripe, uma vez ao ano com uma versão atualizada do medicamento".