Miguel Castanho, diretor do Instituto de Bioquímica da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, ouvido pela TSF, afirma que "é preciso responder à falta de confiança que se instalou nesta vacina".
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O diretor do Instituto de Bioquímica da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa compreende a decisão das autoridades de saúde portuguesas sobre terem limitado a vacina da AstraZeneca para pessoas com mais de 60 anos. Em declarações à TSF, Miguel Castanho explica que esta vacina deixou de ser uma questão apenas científica.
"O problema prático é não deixar alastrar esta corrosão da confiança a outras vacinas, de modo a que se possa comprometer o plano de vacinação", afirma.
Miguel Castanho explica que "as pessoas estão ansiosas e é preciso responder à falta de confiança que se instalou nesta vacina", acrescentando que "a discussão técnica, baseada em estatísticas e argumentos técnicos, não tem eco na população".
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Refere, ainda, que era fundamental não parar ou atrasar muito o plano de vacinação e isso parece ter sido conseguido.
"O que aconteceu foi que o Infarmed e a DGS, avaliando a situação portuguesa e a dependência que temos desta vacina para manter o plano de vacinação - e atendendo também à necessidade de responder à ansiedade da população -, acharam que o mais sensato era este posicionamento, tal como outros países", admite.
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As autoridades de saúde portuguesas recomendaram, esta quinta-feira, a vacina da AstraZeneca apenas para pessoas com mais de 60 anos, seguindo a decisão semelhante de outros países.
Na quarta-feira, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) indicou uma "possível ligação" entre a vacina da farmacêutica AstraZeneca e "casos muito raros" de formação de coágulos sanguíneos, mas insistiu nos benefícios do fármaco face aos riscos de efeitos secundários, dada a gravidade da pandemia.
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