Vacina da AstraZeneca? Jerónimo de Sousa rejeita juízos políticos e pede confiança na ciência
O secretário-geral do PCP reforça que as patentes das vacinas devem ser levantadas.
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O líder do PCP pede que não se faça um juízo político sobre a vacina da AstraZeneca, e garante que confia na ciência para decidir se o fármaco deve continuar a ser administrado. Jerónimo de Sousa visitou, esta quarta-feira, o Pavilhão da Arrentela, um dos centros de vacinação no concelho do Seixal.
Jerónimo de Sousa afirma que é preciso olhar para os riscos, mas com confiança na ciência. "Deixar de utilizar a vacina seria mais um problema a acrescentar ao problema real da falta de vacinas. Confio na ciência e na técnica. Não se justifica fazer um juízo político", apela.
Com os atrasos no processo de vacinação, Jerónimo de Sousa pede que se coloque de lado o interesse económico, e volta a pedir o levantamento das patentes.
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"Era de todo compreensível que as patentes fossem levantadas, abrindo a possibilidade de outras marcas, fiáveis, terem destino outros países", aponta, lembrando que Portugal "está no fundo da lista" da vacinação na União Europeia.
O PCP vai levar a discussão, na quinta-feira, na Assembleia da República, um projeto de resolução para apelar ao Governo que compre vacinas fora do acordo com a União Europeia.
Já para fazer frente à falta de profissionais, o líder do PCP pede que se chame os reformados e todos os que quiserem contribuir.
"Para uma operação desta natureza, desdobrada em todos os pontos do país, são necessários mais médicos, mais enfermeiros, que concretizem este objetivo. Isso faz-se recorrendo a reformados, desempregados, e todos os que estiverem disponíveis para dar a sua contribuição", refere.
Apesar das críticas ao processo de vacinação, o PCP destaca o trabalho entre a Câmara do Seixal e o Serviço Nacional de Saúde. O concelho está a vacinar os habitantes em três pavilhões, com o apoio da proteção civil.
PCP disponível para aprovar Orçamento, se melhorar vida dos portugueses
Na visita ao centro de vacinação, em declarações aos jornalistas, Jerónimo de Sousa falou ainda de uma possível crise política.
Para a aprovação do Orçamento do Estado do próximo ano, o líder do PCP diz que o Governo pode contar com o partido, desde que apresente soluções para melhorar a vida dos portugueses.
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"Procuramos sempre, no quadro do Orçamento, intervir e propor soluções que melhorem a vida dos trabalhadores, do povo e do país. Independentemente de aritméticas parlamentares, o que dizemos é: contem com o PCP para propostas que ajudem a resolver os problemas nacionais, mas não contam com o PCP em relação a medidas negativas para o povo e para o país", garante.
O PCP absteve-se na votação do Orçamento do Estado para 2020, garantindo a viabilização da proposta do Governo.
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