A taxa de vacinação nas pessoas acima dos 80 anos está abaixo dos 70%, abaixo do que o Governo gostaria.
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A vacinação contra a Covid-19 vai ser alargada a pessoas a partir dos 50 anos, antecipa a secretária de Estado da Promoção da Saúde.
Em entrevista ao jornal Público divulgada esta quinta-feira, Margarida Tavares explica que a medida vai ser anunciada "em breve" pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e não exclui a adoção de outras eventuais recomendações.
O plano inicial passava por vacinar apenas as pessoas a partir dos 60 anos até 17 de dezembro, para garantir o reforço das "classes etárias de maior risco", e já foi garantida a vacinação de quase dois milhões de pessoas.
"A taxa de vacinação acima dos 80 anos é de 68%, segundo os dados mais recentes. Gostaríamos que fosse mais e faço aqui um apelo a todas as pessoas mais velhas: não deixem de se vacinar", apela.
Margarida Tavares explica que os internamentos e as mortes por Covid-19 estão "a aumentar muito ligeiramente", mas exclui o regresso da obrigatoriedade do uso de máscara, preferindo o Governo optar pela recomendação.
"As máscaras nunca deixaram de ser úteis. São altamente recomendadas para as pessoas que têm sintomas respiratórios quando estão próximas de outras pessoas. Vamos recomendá-las vivamente nos espaços fechados. Eventualmente, vamos fazer recomendações mais apertadas para os transportes públicos, por exemplo."
Ressalvando que "temos de estar preparados para tudo", a secretária de Estado rejeita ainda regresso das testagens em massa e o confinamento obrigatório.
Está marcada uma nova reunião no Infarmed para a próxima sexta-feira, mas Margarida Tavares exclui que sejam anunciadas novas medidas: "Não vão sair dali medidas nenhumas. Vai-se falar de reforço dos planos. A nossa estratégia está a ser construída com muitas das pessoas que vão falar no Infarmed. Não vai ser um momento de lançar medidas, não é esse o objetivo."
A também infecciologista admite ainda que existe o risco de Portugal ter de enfrentar no inverno três epidemias em simultâneo - Covid-19, gripe e vírus sincicial respiratório.