Vacinação? "Não podemos, a partir de um fruto podre, diminuir uma operação de sucesso"
António Costa falou sobre o plano de vacinação e as polémicas à saída do Hospital de Caxias.
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António Costa considera que o plano de vacinação está a correr bem e, no final de uma visita ao Hospital de Caxias, não quis que as atenções se centrassem nas polémicas que têm surgido com as doses administradas indevidamente, mas considera que são graves e exigem punição, daí as participações ao Ministério Público.
"Não podemos, a partir de um fruto podre, estar a diminuir aquilo que tem sido uma operação de grande sucesso", alertou o primeiro-ministro.
O governante lembrou que a primeira fase do processo de vacinação já foi concluída na semana passada e abrangeu todos os profissionais de saúde essenciais, bem como os utentes e profissionais de lares e unidades de cuidados continuados, com exceção para os locais onde havia surtos.
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Com a segunda fase já em curso, o primeiro-ministro realça que os prazos de vacinação têm sido cumpridos e com "uma taxa de efetividade que compara muito bem com os melhores" da União Europeia
"Não podemos dar mais porque não temos mais vacinas. Temos estado a cumprir", sublinhou António Costa.
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Costa falou com presidente da AstraZeneca sobre aumento da produção de vacinas
Na mesma linha da ministra da Saúde, que esta quinta-feira já tinha alertado, a nível europeu, para a necessidade de as farmacêuticas resolverem os problemas nas linhas de produção das vacinas, o primeiro-ministro lembrou que falou, esta semana, com o presidente da AstraZeneca sobre o aumento da produção da farmacêutica para assegurar a entrega das vacinas.
Questionado também sobre possíveis acordos bilaterais para adquirir mais vacinas, Costa defendeu que "é precisa muita ingenuidade para alguém poder pensar que algum país isolado - ainda que fosse um grande país - estivesse em melhores condições para negociar do que a UE em nome dos 27".
Se as entregas de vacinas acontecerem de acordo com o que está nos contratos e sem mais perdas graças a acidentes rodoviários ou por problemas de refrigeração, como o de Penafiel, o primeiro-ministro diz que será possível cumprir com a imunização de 70% da comunidade até ao final do verão, como está inscrito no plano português de vacinação.
Sobre a criminalização das vacinações indevidas, António Costa dá conta de que as práticas que têm sido noticiadas "já são abrangidas por tipos criminais existentes".
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Enquanto jurista "com inscrição suspensa", o primeiro-ministro realça que o que tem sido observado são "factos enquadráveis em crimes previstos e puníveis de acordo com a legislação penal já em vigor".