Moscovo alega que o Executivo português estará a desrespeitar o acordo de compra das aeronaves, que impede a cedência das mesmas a outro país sem autorização do Kremlin.
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O Governo português não tenciona mudar o plano de ceder à Ucrânia a frota de helicópteros Kamov originalmente adquirida para combater incêndios, apesar dos pedidos em contrário vindos de Moscovo.
Citada pela agência russa RIA, uma porta-voz do Ministério russo dos Negócios Estrangeiros, Maria Zhakarova, pediu ao Governo de Lisboa que não envie as aeronaves para a Ucrânia porque tal desrespeitaria o acordo firmado aquando da concretização do negócio. Nele, Portugal terá acordado não ceder os Kamov a qualquer outro país sem autorização de Moscovo.
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"Vamos continuar com esse apoio como fizemos até aqui, não há nenhuma ideia de o alterar", garante, em resposta, a ministra portuguesa da Defesa, Helena Carreiras, que recusa "comentar tweets".
Questionada sobre se o Executivo português vai pelo menos conversar com o governo russo para saber quais as cláusulas que estão a ser invocadas, Carreiras também recusou qualquer comentário.
A chegada dos helicópteros à Ucrânia não tem "data concreta" por ser um trabalho de preparação que "leva algum tempo", mas a ministra garante que o processo está a ser coordenado com os aliados internacionais.
Entre o que falta ainda fazer está a "limpeza de resíduos" e a "retirada de alguns elementos para empacotar".
Dos seis Kamov do Estado, adquiridos em 2006, um está acidentado desde 2012, outros dois estão para reparação desde 2015 e os restantes três estão inoperacionais desde o início de 2018.