A fase "Charlie" arranca esta quarta-feira com quatro meios aéreos pesados inoperacionais. Dos cinco helicópteros Kamov, apenas um está disponível. Proteção Civil fala em "constrangimento", mas garante "a melhor gestão possível".
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Com os quatro helicópteros Kamov ainda inoperacionais, os bombeiros vão começar a fase mais crítica da época de combate aos fogos florestais com apenas um dos meios aéreos mais pesados.
A fase "Charlie" arranca dia 1 de julho e prolonga-se até dia 30 de setembro. Um período que se prevê de muito trabalho, depois de a fase "Bravo", que termina esta terça-feira, ter contabilizado 3.355 ocorrências, cerca de 71 por dia, numa "média francamente superior à dos últimos 12 anos", diz José Manuel Moura.
Num encontro com jornalistas, na sede nacional da Autoridade Nacional da Proteção Civil, o comandante nacional admitiu ainda que os meios com que contam para o verão vão ser reduzidos, em relação ao que era esperado, prometendo, no entanto, que vai tornar esses meios suficientes para o combate aos incêndios: "O constrangimento que temos é aquele que é público, que é relativamente aos meios aéreos pesados, em que temos menos quatro Kamov, que não vão entrar amanhã, mas que, tudo será feito para que dois deles entrem no mais curto espaço de tempo ao serviço".
"Os outros (helicópteros Kamov) estão a ser encontradas medidas de mitigação para conseguirmos resolver esse problema para ao dispositivo", acrescenta.
Questionado sobre as consequências da redução, José Manuel Moura não entra em pormenores: "O que nos é pedido é que nós, com os meios que temos, façamos a melhor gestão possível dos mesmos. Há aqui um problema técnico, que entretanto não nos disponibilizou estas quatro aeronaves. Nós vamos ter de torná-los suficientes".
Durante a fase "Charlie" de combate a incêndios florestais, vão estar operacionais 2.234 equipas, 2.050 veículos, 9.721 operacionais e 45 meios aéreos. Entre os meios aéreos, destaque para "28 ligeiros e oito médios, ou seja, 36 aeronaves que compõem o nosso ataque inicial. Depois temos seis aviões Fire Boss, dois aviões Canadair e um Kamov".
O comandante nacional da Autoridade Nacional da Proteção Civil sublinha ainda que Portugal conta com um "acordo bilateral" com Espanha e que, em caso de "situações extremas", faz parte do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia.
Sobre o helicóptero ligeiro que, na segunda-feira, teve um acidente quando combatia um incêndio no concelho de Paços de Ferreira, o comandante nacional adiantou que será substituído esta terça-feira. José Manuel Moura diz que "a empresa está a tratar da sua substituição" e que o acidente "está a ser investigado pelo gabinete de investigação" da Proteção Civil.