"Vamos ver se Governo não está a preparar condições para Direita voltar ao poder"
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O secretário-geral da CGTP reagiu ao Programa de Estabilidade apresentado por Mário Centeno na noite desta sexta-feira e mostrou-se desiludido com as questões reveladas pelo Executivo de António Costa.
Em declarações à TSF, Arménio Carlos criticou o facto de "mais uma vez [o Governo] ter priorizado os números, secundarizando as pessoas", o que, na visão do sindicalista, pode alterar a posição dos portugueses em relação à governação.
"[O Governo] tem de ter em atenção que as expectativa legítimas que os portugueses criaram de haver uma alteração das políticas não se venham a tornar numa enormíssima frustração com consequências naturalmente no aumento do descontentamento e na contestação social", explicou Arménio Carlos.
No mesmo sentido, o secretário-geral da GCTP foi perentório: "Nós não queremos que a Direita regresse ao poder, mas vamos ver se o Governo do PS não está a preparar as condições para que regresse mais depressa do que ela própria pensa num contexto de descontentamento dos portugueses".
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No ponto de vista do sindicalista, "esta redução do défice previsto para este ano e aquela que se pode verificar no ano que vem demonstra que há um questionamneto de um direito constitucional fundamental que é o direito de os salários dos trabalhadores serem atualizados anualmente".
"Não há nenhuma justificação, num quadro de crescimento económico em que a receita está a crescer e o Estado tem condições para responder aquilo que é um dever da sua parte em relação aos trabalhadores, não haja uma referência à atualização anual dos salários. Isto demonstra uma clara falta de respeito do Governo relativamente aos trabalhadores, o mesmo que não aconteceu em relação à previsão da comparticipação dos contribuintes portugueses, nomeadamente para, mais uma vez, financiar o setor financeiro privado", assegura.
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