Vasco Lourenço apela aos portugueses que "não se deixem enganar por demagogos"
O capitão de Abril considerou que protesto do Chega durante o discurso de Lula foi "absolutamente miserável".
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O capitão de Abril Vasco Lourenço afirmou esta terça-feira esperar que o povo português seja capaz de "não se deixar enganar por demagogos" e considerou que o 25 de Abril "nunca está completo".
"Espero que os portugueses sejam capazes de não se deixar enganar por demagogos. E que saibam que esses demagogos fariam muito pior do que aquilo que estão a criticar", apelou o coronel Vasco Lourenço, em declarações aos jornalistas no parlamento, no final da sessão solene comemorativa dos 49 anos da Revolução dos Cravos.
Instado a pronunciar-se sobre o protesto que os deputados do Chega fizeram durante o discurso do Presidente do Brasil, Lula da Silva, no plenário, Vasco Lourenço considerou que foi "absolutamente miserável" e disse que a extrema-direita "só sabe por bombas", agora de "outra natureza".
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"Espero que o povo português seja capaz de vencer o Chega como nós fomos capazes de vencer o ELP", declarou.
O ELP foi uma organização organização terrorista de extrema-direita que atuou em Portugal entre o chamado verão quente de 1975, sendo responsável por vários atentados bombistas.
O presidente da Associação 25 Abril considerou que a extrema-direita "tenta que as pessoas tenham medo deles" e pediu que os portugueses "os saibam encarar de frente" e "sem medo".
Quanto ao discurso do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sessão solene, o militar de Abril considerou que "o 25 de Abril nunca está completo" mas destacou umas das conquistas do golpe de Estado de 1974.
"O 25 de abril nunca está completo e, por isso, '25 d'Abril sempre', com as suas imperfeições mas acima de tudo com a liberdade que dá a cada português de poder fazer em democracia a escolha que quer", considerou.
Numa parte do seu discurso, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que apesar de imperfeições, em democracia, ao contrário da ditadura, é ao povo que cabe escolher os caminhos que quer, com bom senso e sentido de Estado.