Ventura acusa Costa de atacar Marcelo e atira que ainda ligará a Passos Coelho para formar Governo
André Ventura não gostou das declarações do primeiro-ministro e assegura que o Chega vai ser o garante da estabilidade num futuro governo de direita.
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André Ventura acusou, esta segunda-feira, António Costa de falta de bom senso e de atacar o Presidente da República.
Depois de o primeiro-ministro ter criticado, no último fim de semana, a revelação de conversas privadas com Marcelo Rebelo de Sousa e a decisão do chefe de Estado de marcar eleições, perante a crise política, o líder do Chega censura as palavras de Costa.
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"É intolerável, de muito mau tom e falta de bom senso, que o sr. primeiro-ministro entre agora numa lógica de ataque a Belém", declarou André Ventura, que, perante a polémica em relação às conversas do chefe de Estado e do chefe de Governo, pede a Marcelo que se chegue à frente e esclareça a ida da procuradora-geral da República ao Palácio de Belém, no dia da demissão de António Costa. "Acho que era um dos poucos casos, na História do regime, em que se justificava que Marcelo Rebelo de Sousa fizesse isso."
Já sobre as declarações do primeiro-ministro a associar o Chega a "instabilidade", Ventura afirma não reconhecer legitimidade a Costa para fazer esse julgamento.
"A ideia de que o Chega é uma ameaça à democracia poderia ser discutida, se não viesse do homem que já provocou duas dissoluções da Assembleia da República e que, apesar de passar anos a dizer "à Política o que é da Política e à Justiça o que é da Justiça", não tem feito outras coisas nas últimas semanas senão atacar, direta ou indiretamente, as instituições de Justiça", defendeu.
André Ventura assegura que o Chega vai ser um garante de estabilidade, depois das eleições legislativas, e diz acreditar que aquilo que as sondagens mostram é que os eleitores querem um Governo PSD/Chega. Por isso, Ventura não toma o "não é não", declarado pelo líder social-democrata, como definitivo.
"Não há outra solução", alegou, referindo-se a uma aliança entre PSD e Chega para formar uma maioria de direita. "Eu também gostava de ganhar com maioria absoluta, mas qual é a possibilidade de isso acontecer?", questionou.
"Percebam que não haverá uma alternativa aqui, se não formos nós", insistiu André Ventura, num recado para a restante direita. "Ou aceitamos isto, ou damos o poder ao PS. Não se venham queixar, depois, se o PS governar mais quatro anos."
"Espero que possam estar disponíveis para uma alternativa", expressou André Ventura, garantindo - ainda sem ver quaisquer resultados eleitorais -, que fará um telefonema na noite de 10 de março. "Mesmo que o líder do PSD diga que se vai embora, ligarei para o líder, para o ex-líder, para o futuro líder... Para o Pedro Passos Coelho."
"Se sair o dr. Montenegro, quem sabe é o dr. Pedro Passos Coelho que virá", acrescentou. "Quem sabe aí teremos um grande governo de direita", atirou.