O deputado proposto pelo Chega obteve 37 votos a favor, 177 brancos e 11 nulos.
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O presidente do Chega, André Ventura, responsabilizou esta quinta-feira uma "maioria de bloqueio", constituída por PS, PSD, PCP e BE, pela falha na eleição de um vice-presidente da Assembleia da República do seu partido.
"A lógica de ser uma maioria de bloqueio por parte de PS e PSD, com o apoio do PCP e do Bloco de Esquerda, levou a esta solução [a rejeição consecutiva dos candidatos apresentados pelo Chega]", disse André Ventura, nos Passos Perdidos do parlamento, logo após a rejeição do nome do deputado Gabriel Mithá Ribeiro.
O deputado do Chega obteve 37 votos a favor, 177 brancos e 11 nulos, aquém dos 116 deputados necessários para conseguir a maioria absoluta e ser eleito vice-presidente.
O partido começou por levar a votos para a vice-presidência da Assembleia da República Diogo Pacheco de Amorim, que falhou a eleição com 35 votos a favor, 183 brancos e seis nulos.
O presidente do Chega considerou que "ficou demonstrado, com clareza, que a questão não é o nome" que o partido apresenta.
"Há uma maioria de bloqueio que não quer o Chega na vice-presidência da Assembleia da República", repetiu, acrescentando que "ficou evidente que qualquer nome" proposto pelo partido seria 'chumbado'.
Ventura advogou que a XV Legislatura "abre com hostilidades claras", antevendo uma "legislatura de turbulência e de conflitos entre grupos parlamentares".
"Questão racial"
O deputado do Chega Gabriel Mithá Ribeiro considerou hoje que não foi eleito vice-presidente da Assembleia da República por uma "questão racial", mas não respondeu às sucessivas questões sobre se existe racismo em Portugal.
"Fui rejeitado num país e num regime que anda há décadas a dizer que combate o racismo", disse Gabriel Mithá Ribeiro, em conferência de imprensa, nos Passos Perdidos, depois da rejeição do seu nome para vice-presidente da Assembleia da República.